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ONU lamenta a expulsão do porta-voz da RDCongo

     África              
  • Luanda • Quinta, 04 Agosto de 2022 | 11h39
Mapa da RDC
Mapa da RDC
Divulgação

Kinshasa - A Missão da ONU na República Democrática do Congo (Monusco) lamentou hoje a expulsão do seu porta-voz, Mathias Gillmann, por declarações sobre a situação no país.

O ministro das Relações Exteriores congolês, Christophe Lutundula, pediu na quarta-feira à Monusco que faça tudo para garantir que Gillmann deixe o território "o mais rápido possível", convidando a missão a conceder "o benefício da emergência".

"A Monusco lamenta a expulsão do seu porta-voz pelo governo congolês", afirmou hoje aquela entidade num comunicado de imprensa, sublinhando que "toma nota" da "decisão do governo da República Democrática do Congo de pedir a um membro do seu pessoal que deixe o país".

O documento acrescenta que a Missão compromete-se a continuar a trabalhar ao lado da população e autoridades congolesas para implementar o mandato que lhe foi confiado pelo Conselho de Segurança.

As observações feitas pelo Senhor Gillmann sobre a RFI, alegando que a Monusco não tinha meios militares para lidar com o M23 estão na raiz da tensão actual.

Assim, pede à Monusco de maneira amigável que ele deixe o país", disse, na quarta-feira, à agência de notícias francesa AFP uma fonte do governo congolês, sob condição de anonimato.

"Diariamente, a Monusco previne e responde a ataques contra civis através de vários mecanismos, incluindo a recolha e troca de informação de inteligência", disse um porta-voz da Monusco à AFP.

A Monusco também emite alertas e presta regularmente apoio técnico e logístico às forças de segurança congolesas.

Desde 25 de Julho, manifestantes furiosos saquearam as instalações da Monusco, que está na RDCongo desde 1999.

Quatro militares das forças de paz e 32 manifestantes foram mortos numa semana de manifestações em pelo menos quatro cidades do leste, segundo um relatório oficial.

A Monusco é uma das maiores missões da ONU implantadas no mundo, com cerca de 14.000 militares em várias cidades do leste.

Desde 2019, movimentos pró-democracia e alguns eleitos locais pedem a saída da Monusco.





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