Nova Iorque - O número de pessoas deslocadas internamente na República Democrática do Congo (RDC) alcançou os 6,3 milhões, principalmente no leste do país, 94% das quais devido ao conflito na região, anunciaram hoje as Nações Unidas.
De acordo com o representante especial adjunto do secretário-geral, que é também coordenador residente e coordenador humanitário da ONU na RDC, Bruno Lemarquis, 94% destas pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas e procurarem refúgio noutra zona devido ao conflito nas províncias do Kivu Norte e Ituri, nesta região do país, de acordo com a agência de notícias EFE.
Estas duas províncias vivem há mais de 25 anos num permanente estado de conflito armado, com mais de uma centena de grupos armados, milícias e exército a combaterem entre si.
A situação é "desastrosa", disse Lemarquis, pedindo à comunidade internacional para não continuar a considerá-la "normal".
O representante da ONU alertou para o aumento dos confrontos nos arredores da capital, Kinshasa, e avisou que as tensões podem subir ainda mais este ano, no qual haverá eleições neste país africano que faz fronteira com Angola.
Na intervenção citada pela EFE, Lemarquis mostrou-se preocupado com o aumento das epidemias, principalmente de sarampo, e pelos eventos climatéricos extremos que afectam a RDC.
O gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários disse recentemente que precisa de mais de dois mil milhões de dólares (cerca de 1.850 milhões de euros) para fazer frente à crise humanitária que afecta este país. JM