Etiópia - A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou hoje, na Etiópia, para o risco de escassez de medicamentos para o VIH/SIDA em seis países africanos, que estão entre os oito países globalmente afectados, devido ao congelamento do financiamento para a luta contra a SIDA decidido pelos Estados Unidos.
Numa declaração que a agência APA News teve acesso nesta quarta-feira, a OMS listou os países africanos em risco de escassez de medicamentos para o VIH como o Burkina Faso, Quénia, Lesoto, Mali, Nigéria e o Sudão do Sul.
Segundo dados da OMS relativos a 2023, até ao final do ano, 77% (61-89%) das pessoas que vivem com VIH terão acesso a tratamento antirretroviral (ARV), em comparação com apenas 24% (19-28%) em 2010.
Numa conferência de imprensa na segunda-feira, o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que a escassez iminente pode levar a mais de 10 milhões de novas infecções por VIH e a mais de três milhões de mortes adicionais em todo o mundo.
Salientou que as interrupções nos programas de VIH correm o risco de desfazer 20 anos de progresso e desencadear uma crise de saúde global relacionada com a doença.
Esta situação decorre da decisão do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, em Janeiro, de suspender a ajuda aos países em desenvolvimento como parte de uma revisão das despesas públicas, o que deixou uma lacuna de financiamento significativa no sector da saúde global. DSC/AM