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Obiang reeleito Presidente da Guiné Equatorial com 94,9% dos votos

     África              
  • Luanda • Domingo, 27 Novembro de 2022 | 10h45
Presidente da Guiné-Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo
Presidente da Guiné-Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo
Divulgaçao

Malabo - O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, ganhou as eleições presidenciais, com 405.910 dos 411.081 votos, ou seja, 94,9%, anunciou sábado a Junta Eleitoral Nacional, pelo que avança para o sexto mandato de sete anos.

Obiang é, assim, "solenemente presidente eleito da República da Guiné Equatorial por um novo mandato de sete anos", disse o ministro do Interior, que é também o presidente da Junta Eleitoral Nacional, Faustino Ndong Esono Ayang.


"Os resultados definitivos do escrutínio voltam a dar-nos razão. Obiang Nguema Mbasogo é reeleito como presidente da Guiné Equatorial com 94,9% dos votos, que equivalem a 405.910 votos da população; continuamos a demonstrar ser um Grande Partido Político", escreveu o vice-presidente e seu filho, 'Teodorin' Obiang, na sua conta no Twitter, segundo noticiou o site Notícias ao Minuto.


Em segundo lugar na votação ficou o secretário-geral da Convergência para a Democracia Social (CPDS), Andrés Esono, o único partido da oposição autorizado, com 9.684 votos, e na terceira posição ficou o líder do Partido da Coligação Social Democrata (PCSD), também na oposição mas próximo do partido do Presidente, Buenaventura Monsuy Asumu, com 2.855 votos.


Para além da votação presidencial, os equato-guineenses escolheram também os representantes no Parlamento, tendo o partido de Obiang ficado com todos os lugares, para além dos 55 do Senado, o mesmo acontecendo com os 58 lugares em disputa nos municípios, que foram todos para membros do Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE).


Os resultados definitivos têm agora de ser validados pelo Tribunal Constitucional, disse o ministro do Interior, que colocou a participação eleitoral nos 98%.


Dos 419.807 eleitores equatoguineenses, houve 413.148 que exerceram o seu direito de voto em 1.533 mesas de voto, o que significa que houve 411.081 votos válidos, para além dos nulos e dos colocados em branco, de acordo com a agência de notícias espanhola EFE.


Teodoro Obiang, atualmente com 80 anos, governa um pequeno país rico em petróleo desde 1979, na sequência de um golpe de Estado em que derrubou o seu tio e ditador sanguinário Francisco Macias Nguema, e é o Presidente há mais tempo no poder em todo o mundo, somando agora mais um aos cinco mandatos que já cumpriu.


A Guiné Equatorial é o país africano com o maior Produto Interno Bruto (PIB) 'per capita', e o terceiro maior exportador de petróleo do continente, mas a maior parte da sua riqueza continua concentrada nas mãos de poucas famílias, entre as quais, à cabeça e de longe, as da família Obiang Nguema.

A larga maioria dos equato-guineenses vive em condições de pobreza extrema, apesar de o país registar um PIB per capita de 11.264 dólares em 2022, que o coloca em 70.º lugar no mundo, à frente de países como o México, Turquia e África do Sul.


Dadas as grandes reservas petrolíferas do país e uma população na ordem dos 1,45 milhões de habitantes, relativamente pequena por comparação com outros Estados africanos, é surpreendente que o país tenha recebido dois empréstimos do FMI recentemente, em 2019 e 2021. No entanto, os empréstimos trouxeram pressão para uma maior distribuição dos rendimentos do petróleo.


De acordo com as Nações Unidas, menos de metade da população tem acesso a água potável e 20% das crianças morre antes de completar 5 anos.
O país ocupa a 145.ª posição no mais recente Índice de Desenvolvimento Humano da Organização das Nações Unidas relativo a 2021, e mais de 80% da população vive abaixo do limiar de pobreza, numa situação ainda mais degradada por efeito da queda das receitas petrolíferas a partir de 2014, da pandemia de covid-19 e devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia.


A Guiné Equatorial, uma antiga colónia espanhola, aderiu à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em 2014, mediante um roteiro de adesão, que incluía a abolição da pena de morte - o que aconteceu em Setembro passado - e a disseminação da língua portuguesa, que declarou como língua oficial, a par do espanhol e do francês.

 





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