Obiang recusa falar de sucessão e refere que haverá alternância no poder

     África           
  • Luanda     Quinta, 25 Novembro De 2021    18h14  
Presidente da Guiné-Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo
Presidente da Guiné-Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo
Divulgaçao

Bata - O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, que dirige o país desde 1979, rejeitou hoje (quinta-feira) falar da sua "sucessão", assegurando que haverá uma "alternância" própria de uma democracia.

"No que diz respeito à permanência no poder, é preciso saber que, num estado de democracia, não é bom falar de sucessão, como se fosse uma herança", disse o chefe de Estado, de 79 anos, durante uma rara conferência de imprensa em Bata, capital da região continental do país da África central, que contou com a presença dos 'media' internacionais.

Segundo noticia a agência EFE, Obiang compareceu perante os jornalistas após o encerramento, na madrugada de hoje, do VII Congresso Nacional Ordinário do Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), que está no poder e do qual é presidente fundador.

Antes do congresso, que decorreu entre 22 e 24 de Novembro, especulava-se sobre a eventual nomeação de um candidato às eleições presidenciais de 2023, que se celebram depois das legislativas de 2022.

Segundo analistas, a sucessão do chefe de Estado, o Presidente que está há mais tempo no poder (42 anos), disputa-se entre dois dos seus filhos, ambos actualmente com cargos importantes no Governo.

Por um lado, o vice-presidente e responsável pela segurança nacional, Teodoro Nguema Obiang Mangue, conhecido como "Teodorín"; por outro Gabriel Mbega Obiang Lima, ministro das Minas e Hidrocarbonetos (a Guiné Equatorial é um dos maiores produtores de petróleo de África).

Tanto "Teodorín", uma figura controversa pela sua implicação em processos judiciais em países como EUA, França ou Suíça por alegado envolvimento em escândalos de corrupção e branqueamento de capitais, como Lima têm apoios nacionais e internacionais.

No entanto, a Constituição favorece o primeiro, ao estabelecer que o vice-presidente deve assumir o cargo em caso de demissão, incapacidade ou morte do chefe de Estado.

Obiang recordou ainda hoje que, desde a última reforma constitucional de 2011, existe um limite de dois mandatos presidenciais, que não tem efeitos retroactivos.

"Por isso ainda tenho a possibilidade de me apresentar como candidato, se o povo assim o quiser", disse o governante, assegurando que o PDGE irá escolher o seu candidato "quando forem convocadas as eleições".

As últimas presidenciais ocorreram em abril de 2016 e resultaram numa vitória de Obiang com mais de 95% dos votos, sob denúncias de fraude por parte dos candidatos opositores e da comunidade internacional.

Obiang governa a Guiné Equatorial desde 1979, quando derrubou o seu tio Francisco Macías num golpe de Estado.

Desde a sua independência de Espanha, em 1968, a Guiné Equatorial é considerada pelas organizações de defesa dos direitos humanos um dos países mais corruptos e repressivos do mundo, com acusações de detenções e tortura de dissidentes e denúncias reiteradas de fraudes eleitorais.

O país aderiu à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em 2014.





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