Lagos -Treze sucateiros morreram na segunda-feira no estado de Borno, no nordeste da Nigéria, quando accionaram acidentalmente uma bomba enterrada há sete anos, informou hoje uma milícia local.
O acidente ocorreu quando 16 catadores de um campo de deslocados situado próximo encontraram a bomba enquanto cavavam em busca de ferro-velho nos arredores da cidade de Bama.
"A bomba explodiu quando eles a colocavam num carrinho em direcção à cidade, matando 13 e ferindo gravemente os outros três", disse Babakura Colo, líder de uma milícia que combate extremistas islâmicos na região.
Segundo Kolo, o engenho explosivo foi lançado pelo exército em 2015, quando bombardeou posições do grupo extremista islâmico Boko Haram para retomar a cidade de Bama.
"A bomba estava adormecida há sete anos e enterrada na areia, mas os sucateiros conseguiram desenterrá-la, desconhecendo que se tratava de uma bomba", disse outro líder da mesma milícia local, Bukar Grema.
Em 2014, o Boko Haram tomou a cidade de Bama e grandes áreas do nordeste antes de ser desalojado no ano seguinte pelo exército nigeriano, apoiado por tropas chadianas.
O conflito que começou há 13 anos no nordeste da Nigéria entre as autoridades e os fundamentalistas islâmicos já matou 40.000 pessoas e forçou outros dois milhões a abandonar as suas áreas de residência, segundo a ONU.
Os catadores de sucata, que viajam muito em busca de ferro-velho, são frequentemente acusados pelos fundamentalistas islâmicos de informar as autoridades sobre os movimentos dos seus combatentes na região.
No mês passado, 23 sucateiros foram mortos por alegados extremistas do grupo fundamentalista Estado Islâmico na África Ocidental (Iswap, no acrónimo em inglês).
O Iswap nasceu de uma cisão em 2016 no Boko Haram.
Ligado ao movimento radical Estado Islâmico, tornou-se o grupo dominante no nordeste da Nigéria desde a morte do líder rival do Boko Haram, Abubakar Shekau, em maio de 2021, num confronto com combatentes do Iswap.
No final de Abril, cerca de 30 sucateiros já haviam sido mortos na vila de Mudu, no mesmo distrito, por alegados combatentes do Iswap.