Abuja – Pelo menos 65 mil pessoas fugiram a vila de Damasak, nordeste da Nigéria, depois de uma série de ataques rebeldes que já causaram 12 mortos e danos sem precedentes, segundo o ACNUR citado hoje pela AFP.
"Na sequência do último ataque de quarta-feira (...) cerca de 80% da população da cidade, que inclui habitantes e deslocados, foram forçados a partir, disse Babar Baloch, porta-voz do ACNUR.
De acordo com o funcionário do ACNUR alguns populares fugiram para Maiduguri, capital do Estado de Borno, onde já estão mais de um milhão de pessoas, desde vários anos de conflito entre o Exército governamental e os grupos jihadistas.
Muitos atravessaram a fronteira a procura de refúgio em Diffa, Níger.
Jihadistas do grupo Estado Islâmico na África Ocidental (Iswap) desencadearam desde sábado ataques contra a estratégica cidade de Damasak, perto do Lago Tchad, fronteiriça entre a Nigéria e o Níger, matando 12 civis.
As 85 mil pessoas que viviam naquela cidade dependiam essencialmente da ajuda humanitária.
As Forças Armadas Nigerianas desmentiram o ataque contra a cidade, afirmando que os seus homens conseguiram frustrar os desígnios terroristas e tudo havia voltado a normalidade.
Desde o inicio da rebelião do grupo islâmico radical Boko Haram, em 2009, no Nordeste da Nigéria, o conflito causou 36 mil mortos e dois milhões de deslocados.
Em 2016, o grupo dividiu-se entre a facção histórica e o Iswap, reconhecido pelo Estado Islâmico (EI).
Depois de eleito em 2015, o Presidente Muhammadu Buhari, 78 anos, havia prometido derrotar os jihadistas.
Actualmente, está a ser contestado por causa da alarmante insegurança que ameaça o país.