Abuja - Quinze crianças morreram afogadas e outras 25 estão desaparecidas depois de o barco em que seguiam se ter afundado num rio do estado de Sokoto, no noroeste da Nigéria, terça-feira, anunciaram as autoridades.
"Quinze corpos, 13 raparigas e dois rapazes, foram recuperados pelas equipas de salvamento locais e enterrados na aldeia", disse o responsável administrativo do distrito de Shagari, Aliyu Abubakar, que supervisionou a operação de salvamento, à agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).
Até à noite de terça-feira, os mergulhadores continuavam a procurar no rio os corpos de mais 25 crianças que desapareceram no naufrágio, acrescentou o mesmo responsável.
Ainda sobre a Nigéria, o Tribunal de Recurso da capital, Abuja, ouviu as declarações iniciais dos advogados que representam os partidos da oposição, que contestam o resultado da votação, vencida por Bola Tinubu, do partido Congresso de Todos os Progressistas, no poder.
No início da audiência, seguranças armados bloquearam as principais vias de acesso ao edifício e impediu a entrada de alguns jornalistas e advogados.
Alguns manifestantes agitaram bandeiras nigerianas e exibiram cartazes, alegando que o processo eleitoral estava viciado.
A comissão eleitoral da Nigéria declarou Tinubu vencedor das eleições numa emissão televisiva, depois de este ter obtido 37% dos votos.
Mas os dois principais candidatos da oposição rejeitaram o resultado, questionando a vitória de Tinubu e alegando que os resultados das 177.000 mesas de voto do país foram adulterados.
Em petições separadas, tanto Atiku Abubakar, do Partido Democrático Popular, como Peter Obi, do Partido Trabalhista, o terceiro mais votado, argumentaram que a comissão eleitoral violou as disposições da lei ao anunciar os resultados das eleições.
Obi afirmou que tem provas que demonstram que obteve a maioria dos votos na eleição, enquanto Abubakar pediu ao tribunal que desqualificasse Tinubu, alegando que este tem um passaporte guineense e, por conseguinte, não era elegível para participar na eleição presidencial ao abrigo da Constituição nigeriana.
Na Nigéria, uma eleição só pode ser invalidada se se provar que o órgão eleitoral nacional não cumpriu a lei e actuou de forma a alterar os resultados.
Nenhum dos resultados das eleições presidenciais da Nigéria foi anulado pelo Supremo Tribunal do país, embora os analistas tenham afirmado que a votação deste ano é peculiar, devido à forte utilização de tecnologia no processo eleitoral.
O principal partido da oposição afirmou, sem provas, que o partido no poder está a conspirar para interferir no processo judicial, aumentando as tensões enquanto o país aguarda a decisão do tribunal e se prepara para a tomada de posse de Tinubu como Presidente.
A contestação judicial é normalmente um processo moroso e deverá prolongar-se por meses, para além de 29 de Maio, data em que Tinubu vai substituir o actual Presidente, Muhammadu Buhari. GAR