Maputo - As operações militares e de segurança para eliminar a ameaça terrorista em Cabo Delgado estão orçadas em 275 milhões de euros por ano, anunciou hoje, sexta-feira, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.
Falando após um encontro internacional em que pediu apoio para o financiamento, o Chefe de Estado solicitou ajuda de todos aqueles que puderem, na dimensão que possam, para fazer face às operações militares em curso (em Cabo Delgado).
Sublinhou ainda que noutro pilar da estratégia, são necessários até "320 milhões de dólares (290 milhões de euros) para criar capacidade real de defesa de Moçambique", com capacitação e reequipamento das tropas, por forma a que o país seja autónomo "para manter a paz", quando as forças estrangeiras saírem.
O chefe de Estado interveio nos encontros do Processo de Aqaba, iniciativa lançada em 2015 pelo rei Abdullah da Jordânia para debater a cooperação internacional nas áreas militar e de segurança.
Nas sessões participaram (presencialmente e por teleconferência) representantes militares e de segurança dos Estados Unidos, de países europeus, asiáticos e africanos, assim como delegados de empresas internacionais e instituições académicas.
Paralelamente, Nyusi foi recebido quarta-feira pelo rei Abdullah, que manteve igualmente encontros separados com o presidente do Rwanda, Paul Kagame, e com o chefe de Estado da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tshisekedi.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.