Milhares de sudaneses refugiados no Sudão do Sul lutam pela sobrevivência

     África           
  • Luanda     Quinta, 22 Junho De 2023    19h34  

Cartum - Milhares de pessoas, que fugiram do conflito no Sudão para o Sudão do Sul, onde chegam aos mil por dia, lutam agora pela sobrevivência em centros de trânsito, alertou hoje a organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Os combates pelo poder entre o Exército e os paramilitares da Força de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) já mataram mais de mil pessoas e obrigaram mais de dois milhões a deixar as suas casas, segundo as Nações Unidas, sendo que pelo menos 127.000 procuraram refúgio no Sudão do Sul.

"Os estados do Alto Nilo e do norte de Bahr El Ghazal, em particular, enfrentam um grande fluxo, e a resposta humanitária está sobrecarregada", diz Jocelyn Yapi, chefe de missão da MSF no Sudão do Sul, que considera "urgente acelerar a transferência para outras partes do país e garantir a prestação de serviços básicos para a sobrevivência e fixação no Sudão do Sul".

Actualmente, entre 800 a 1.000 pessoas atravessam todos os dias e muitas chegam a Renk, o principal centro de trânsito, já sobrelotado e que acolhe actualmente mais de 12.000 pessoas.

As más condições de vida nos campos de trânsito estão a ter um impacto negativo na saúde das pessoas e, com o início da estação chuvosa, a situação pode tornar-se catastrófica, alerta a MSF.

A organização teme surtos de doenças e uma catástrofe sanitária que pode colocar em risco a vida de milhares de pessoas e apela à comunidade médica e humanitária para que lance uma resposta coordenada para atender às crescentes necessidades.

A maioria são sul-sudaneses que viviam no Sudão quando o conflito eclodiu, em Abril, mas embora tenham raízes no Sudão do Sul viveram fora durante toda a sua vida ou durante anos e, assim, "necessitam de apoio para se deslocar e sobreviver", descreve a MSF.

"Não temos comida", referiu Anyr Mathok Deng, que dorme num armazém perto do rio na cidade de Renk, depois de regressar ao país após 40 anos a viver no Sudão.

"As pessoas não querem ficar aqui. Estão tão desesperadas para sair que estão prontas para vender as roupas e até ficar nuas se precisarem para conseguir o dinheiro para pagar o transporte", descreveu este retornado.

Há cerca de um mês, a violência intercomunitária eclodiu num campo em Malakal, deixando pelo menos 17 mortos.

Sem um fim à vista para o conflito no Sudão, espera-se que mais pessoas atravessem a fronteira para o Sudão do Sul e, se o processo de trânsito dos campos de acolhimento para outras regiões não for acelerado, a MSF alerta que as necessidades das pessoas aumentarão, com consequências potencialmente catastróficas.AM/DSC

 





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