Milhares de sudaneses em fuga de Wad Achana após ataque de paramilitares

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  • Luanda • Segunda, 02 Outubro de 2023 | 15h48
Bandeira do Sudão
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Divulgação

Cartum - Milhares de pessoas fugiram de Wad Achana, no Cordofão do Norte, sul do Sudão em guerra, após um ataque de paramilitares que afirmam ter capturado uma guarnição do exército, disseram hoje testemunhas à agência AFP.

"Cinquenta carrinhas carregadas de armas" das Forças de Apoio Rápido (RSF, da sigla em inglês), em guerra com o exército desde 15 de Abril, atacaram no sábado a cidade situada na fronteira entre os estados do Cordofão do Norte e do Nilo Branco, provocando a fuga de "milhares de pessoas", segundo as testemunhas.

"Vivemos horas de terror", disse Al-Tayeb Abdelbaqi, em Odaydab, uma aldeia próxima onde se refugiou.

"O meu primo e o meu vizinho foram mortos por balas perdidas", acrescentou o pai de família, que disse ter perdido a sua quinta e o seu gado, bem como o seu "equipamento para ir buscar água potável", um bem raro em tempos normais no Sudão e agora praticamente impossível de encontrar em muitos estados.

No domingo, a RSF declarou no X (antigo Twitter) que tinha "capturado a guarnição de Wad Achana às milícias ligadas ao exército, o último posto (do exército) antes do Nilo Branco", e ameaçava agora Kosti, a capital deste estado.

O Cordofão do Norte, situado entre o Darfur, reduto das RSF a oeste, e Cartum, que estas controlam quase totalmente, é uma encruzilhada estratégica para os abastecimentos paramilitares.

"A situação estava calma em Wad Achana até que um batalhão do exército se instalou a oeste da cidade, na semana passada", explicou Abdelbaqi. "Três dias depois, a RSF invadiu a cidade e tomou tudo, fazendo com que o exército fugisse" para 35 quilómetros a leste, continuou.

"O mercado foi completamente saqueado e nós fugimos sem levar nada connosco", disse Ahmed, um comerciante que teve de abandonar a sua banca, não querendo revelar o seu apelido.

A guerra entre o exército, liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhane, e as RSF, lideradas pelo general Mohamed Hamdane Daglo, causou cerca de 7.500 mortos, um número muito subestimado devido às dificuldades de acesso à zona.

Deixou também mais de cinco milhões de pessoas deslocadas e refugiadas e agravou a crise humanitária e sanitária no país, um dos mais pobres do mundo, actualmente assolado pela dengue e pela cólera. JM



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