Maputo - O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força política no parlamento, vai estudar a participação em coligações nas eleições autárquicas de Outubro, anunciou o partido, citado pela agência Lusa.
O conselho nacional do MDM decidiu que a comissão política deve "discutir a possibilidade de coligação eleitoral com outros partidos da oposição, incluindo a sociedade civil e grupos de cidadãos eleitores", referiu Lutero Simango, presidente do MDM.
Aquele responsável falava no domingo, no final da reunião do órgão que decorreu desde quarta-feira na cidade da Beira, centro do país.
"Recebemos a proposta (do Conselho Nacional) e vamos discutir este ponto. Ficou evidente que o nosso país está sendo muito mal governado e é necessária uma resposta que se enquadre na mobilização da população", sublinhou.
Caberá agora à comissão política do MDM encetar diligências "junto das entidades interessadas", acrescentou o partido, num comunicado.
No final da reunião, Lutero Simango apelou ainda à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder há 47 anos (desde a independência do país), para que mande parar as acções de violência contra os militantes do MDM.
"Queremos chamar a atenção ao partido no poder: a intolerância política protagonizada pelos seus membros não irá ajudar para a estabilidade nacional. Por isso, convido a direcção da Frelimo a instruir aos seus membros a parar com estes actos de terrorismo político", referiu.
"Vamos responder, porque a paciência tem limites", acrescentou Simango.
Na última semana, delegados provinciais do MDM denunciaram agressões, destruição de materiais do partido e expulsão de bairros ordenadas por líderes locais e da Frelimo em distritos de Sofala e Manica.
Os casos de violência política são recorrentes em Moçambique e têm sido também denunciados por relatórios de observação eleitoral.
Um dos casos que causou maior impacto foi o assassínio de um activista e observador eleitoral, Anastácio Matavel, durante a campanha para as eleições gerais de 2019.
Em 2022, seis polícias foram condenados a penas de prisão entre três e 24 anos pelo envolvimento no homicídio.GAR