Kinshasa - As atividades e o trânsito foram interrompidos hoje na cidade de Kinshasa devido a manifestações espontâneas organizadas pela população, em protesto contra a agressão do Movimento 23 de Março (M23) e de Rwanda.
Os participantes manifestaram solidariedade com as pessoas que sofrem directamente com a guerra nas províncias de Kivu Norte e Kivu Sul, particularmente em Goma, onde o M23 reveindica ter entrado no dia anterior.
Condenaram também a inacção da comunidade internacional e o seu silêncio cúmplice e muitos exigiram a oportunidade de lutar contra os invasores.
Desde o início da manhã, várias artérias principais da capital congolesa foram assaltadas por manifestantes, impedindo a circulação de veículos de transporte público, mas também de particulares e moto-táxis, informou a Rádio Okapi, citada pelo site Prensa Latina.
Na Avenida Poids Louvre, que dá acesso ao aeroporto internacional de Ndjili, e na estação central da comuna de Gombe, na Avenida 30 de Junho, vários grupos restringiram a passagem e só permitiram a circulação de quem transportasse ramos ou outras folhagens em sinal de luto.
Os manifestantes também se reuniram em frente às embaixadas dos EUA e da França, diante das quais também queimaram pneus, acrescentou a Rádio Okapi.
A Agência Congolesa de Imprensa (ACP), por sua vez, informou que em alguns locais da capital montaram barricadas e queimaram pneus em resposta ao apelo por um dia de cidades mortas lançado pela sociedade civil.
A intenção do movimento é denunciar a inação da comunidade internacional em relação à situação de segurança no leste do país e apoiar o Exército e as instituições.
Jovens do partido presidencial, União para a Democracia e os Direitos Sociais (UDPS) estiveram entre os manifestantes, enquanto agentes policiais foram destacados para vários pontos da capital para evitar que a situação saísse do controlo, acrescentou o ACP.
A polícia saiu às ruas para retirar as barricadas e os pneus queimados pelos manifestantes, a fim de garantir a ordem pública e facilitar o trânsito rodoviário, o que tem permitido que o trânsito seja restabelecido aos poucos. JM