Bamako – O número de 'capacetes azuis' mortos no ataque no Mali subiu para três, todos oriundos da Cotê dIvoire, segundo notícias que citam um funcionário da Missão das Nações Unidas de Estabilização do Mali (Minusma).
A actualização da agência France-Presse surgiu depois de o porta-voz do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Stephane Dujarric, ter afirmado que um soldado da força de manutenção da paz, conhecidos por 'capacetes azuis', tinha morrido e outros sete tinham sido feridos.
"Durante uma operação de segurança, uma unidade da Minusma dedicou-se a um dispositivo explosivo, ficando sob fogo de homens armados não identificados", lê-se numa declaração da força de manutenção da paz, citada pela agência, que não especificou a nacionalidade das vítimas.
Segundo um funcionário dos serviços de segurança do Mali, o ataque ocorreu a norte de Bambara Maoudé, no eixo entre Douentza, no centro, e Timbuktu, no noroeste, numa região que é um dos focos da violência, e vitimou três ivoirenses.
O ataque acontece no mesmo dia em que o Conselho de Segurança da ONU expressou satisfação e “optimismo cauteloso” pelos progressos de estabilização no país, embora mantendo uma grande preocupação perante a violência inter-comunitária e dificuldades agravadas pela pandemia de covid-19.
Naquela que foi provavelmente a última participação no Conselho de Segurança do actual representante especial do secretário-geral da ONU no Mali, Mahamat Saleh Annadif sublinhou “dinâmicas positivas” em várias frentes, principalmente com a estabilização e operacionalidade do novo Governo de transição, após o golpe de Estado de Agosto passado.
Annadif, que lidera a Minusma desde Dezembro de 2015, termina o seu mandato em Março.
A instabilidade que afecta o Mali começou com o golpe de Estado em 2012, quando vários grupos rebeldes e organizações fundamentalistas tomaram o poder do norte do país durante 10 meses.
Independente desde 1960, o Mali viveu, em 18 de Agosto, o quarto golpe militar na sua história, depois dos episódios ocorridos em 1968, 1991 e em 2012, na sequência do qual foi destituído da Presidência Ibrahim Boubacar Keita.
Portugal tem desde 01 de Julho uma Força Nacional Destacada no Mali, no âmbito da Minusma, que inclui 63 militares da Força Aérea Portuguesa e um avião de transporte C-295.
O objectivo da missão portuguesa é assegurar missões de transporte de passageiros e carga, transporte táctico em pistas não preparadas, evacuações médicas, largada de paraquedistas e vigilância aérea e garantir a segurança do campo norueguês de Bifrost, em Bamako, onde estão alojados os militares portugueses.