Bamako – A Junta militar no poder no Mali decidiu quinta-feira, 21, manter por dois anos a transferência do poder aos civis.
“A partir de agora, iniciamos o processo de execução de todo o plano de transição para os dois anos que foram decididos pelo Presidente de transição, coronel Assimi Goïta, que dirige o país desde Maio de 2021, declarou o Primeiro-ministro, Choguel Maïga.
A decisão da Junta militar do Mali contraria a da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que exige uma transição de 16 meses.
No entanto, o chefe do governo maliano de transição assegurou que “as discussões com a CEEDEAO não estão suspensas.
Mergulhado numa profunda crise militar que a operação francesa Barkhane não conseguiu banir, o Mali, depois do afastamento naquele ano, do Presidente Amani Toumani Touré, foi entre 2020 e 2021 abalado por dois outros golpes de Estado militar.
Como a Guiné-Conakry e o Burkina Faso, onde os militares tomaram o poder, respectivamente em Setembro de 2021 e Janeiro de 2022, o país está a ser pressionado pela CEDEAO.
A organização regional suspendeu os três países das suas instâncias, e impôs pesadas sanções económicas a Bamako. “ um embargo que viola os seus próprios textos”, segundo Maïga, que as denuncia.