Bissau - A Liga Guineense dos Direitos Humanos responsabilizou hoje o Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, "pela vida e integridade física" de vários dirigentes opositores detidos pela polícia na sequência de tentativa de manifestações nas ruas de Bissau.
Em comunicado enviado à lusa, a liga cita fontes familiares para denunciar "detenções ilegais" de alguns líderes políticos, nomeadamente joana cobdè nhanca, presidente do movimento social democrático (msd), vicente fernandes, líder do partido da convergência democrática (pcd), josé carlos cá, presidente da comissão política do PAIGC num dos círculos eleitorais de bissau.
A Liga refere, ainda, ter sido informada por familiares da detenção de dois elementos do corpo de segurança do ex-primeiro-ministro Baciro Dja.
As detenções ocorreram quando membros da Plataforma Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka) e da Aliança Patriótica Inclusiva (API- Cabas Garandi) tentaram sair às ruas de Bissau numa passeata, entretanto, dispersada pela polícia com recurso a cassetetes e a granadas de gás lacrimogéneo.
Fontes do PAIGC indicaram à Lusa que também o porta-voz do partido, Muniro Conté, o secretário nacional, António Patrocínio Barbosa, o secretário para organização, Abdu Sambu, e o ex-deputado Wasna Papai Danfa estariam detidos na Segunda Esquadra de Bissau.
"Para além destas detenções, a Liga Guineense dos Direitos Humanos soube que mais de uma dezena de dirigentes políticos estão com paradeiro desconhecido e que as forças de segurança estarão a efetuar caça às bruxas contra os opositores políticos", refere a organização.
A Liga considera que as actuações da polícia que impedem ações de políticos de oposição "demonstram o medo do regulamento" e ainda representam "uma perigosa ameaça à democracia" na Guiné-Bissau.
"Estas detenções manifestamente ilegais, abusivas e criminosas, foram ordenadas pelo Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, no âmbito dos seus esforços de destruir a democracia guineense e consolidar o seu regimento ditatorial na Guiné-Bissau", realça a Liga no comunicado.
A organização dirigida pelo jurista Bubacar Turé responsabiliza o Presidente guineense pela vida e integridade física de todos os cidadãos detidos nas acções ocorridas hoje em Bissau.
A Lusa está a tentar, até ao momento sem sucesso, contactar o Ministério do Interior e Ordem Pública. AM