N´Djamena - A junta militar no poder no Tchad e alguns dos grupos rebeldes assinaram hoje, segunda-feira, no Qatar, um acordo de paz, antes de negociações de reconciliação nacional, previstas para 20 de Agosto, no país africano.
O principal grupo rebelde, no entanto, não concordou com os termos e não assinou o acordo, que prevê um cessar-fogo até ao início das negociações, na capital do Tchad, N'Djamena.
A junta militar concordou também em não realizar nenhuma operação militar ou policial contra os grupos signatários do acordo em países vizinhos como o Sudão e a Líbia, onde alguns dos grupos se refugiaram.
O maior destes grupos, o FACT - Frente para a Alternância e Concórdia no Tchad, na origem da ofensiva a partir da Líbia, que custou a vida do ex-líder do país, Idriss Déby, em 2021, não assinou o acordo.
As negociações entre o Governo e os grupos armados começaram em Março, após vários adiamentos, para encerrar décadas de agitação e instabilidade neste país com 16 milhões de pessoas, que passou por vários golpes de Estado.
No dia seguinte à morte do Presidente Idriss Déby Itno, morto na frente de combate contra os rebeldes em Abril de 2021, o seu filho, o general Mahamat Idriss Déby Itno foi proclamado Presidente do país, liderando, assim, o Conselho Militar de Transição composto por 15 generais.
Na altura, Mahamat Idriss Déby Itno prometeu eleições livres e democráticas no prazo de 18 meses, após um "diálogo nacional inclusivo" com toda a oposição política e todos os inúmeros movimentos rebeldes para negociar a paz com cerca de 50 grupos armados.