Junta militar no Mali desafia CEDEAO e avança para transição de dois anos

     África              
  • Luanda • Sexta, 22 Abril de 2022 | 08h27
Mapa do Mali
Mapa do Mali
Divulgação

Bamako - A junta no poder no Mali desafiou esta quinta-feira os seus parceiros regionais ao anunciar um "processo" de transição que durará "dois anos", depois de lhe ter sido pedida a organização de eleições no prazo máximo de 16 meses.

À semelhança da Guiné e do Burkina Faso, onde os militares tomaram o poder em Setembro de 2021 e Janeiro de 2022, respectivamente, o Mali está sob pressão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que pretende que as juntas militares nos três países devolvam rapidamente o poder aos civis.

Os três países foram suspensos da organização devido aos golpes militares.

O Mali também está sujeito a pesadas sanções económicas decididas pela CEDEAO e que segundo disse hoje perante o Conselho Nacional de Transição (CNT) o primeiro-ministro maliano, nomeado pelos golpistas, Choguel Maïga, viola os "textos constituintes" da organização regional.

O CNT, cujos membros foram nomeados pelo coronel Assimi Goïta, que lidera a junta maliana desde Maio de 2021, actua como um órgão legislativo.

"Devo dizer que as discussões com a CEDEAO continuam", disse Choguel Maïga perante o CNT.

Em Março, a CEDEAO exigiu a organização de eleições no Mali no prazo de 12 a 16 meses, mas numa visita a Bamaco do seu mediador para a crise maliana, o ex-presidente nigeriano Goodluck Jonathan, este não conseguiu convencer os militares a fixarem o período de transição abaixo dos dois anos.

Apesar das tensões, Choiga garantiu que o contacto não foi rompido.

"Há missões que estão previstas para os próximos dias para levar, esperamos, a um acordo", disse, sem mais detalhes.

"Esperávamos semana após semana encontrar um acordo com a CEDEAO para acelerarmos o processo (...), mas chegamos a um ponto em que perdemos três meses em discussões e hoje decidimos não esperar mais", disse Maïga no CNT.

"A partir deste momento estamos a iniciar o processo de aplicação de todo o plano de transição para os dois anos que foram referenciados" pelo Presidente da transição, acrescentou.

Mergulhado desde 2012 numa profunda crise de segurança que o envio de forças estrangeiras não conseguiu resolver, o Mali passou por dois golpes militares desde Agosto de 2020.



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