Washington - O investimento de 40 milhões de dólares aunciado hoje pela Fundação Bill Gates e Melinda Gates para a produção, em África, da vacina RNA mensageiro (RNAm) "marca um importante passo em frente na melhoria da equidade das vacinas", segundo o seu líder Bill Gates.
"Quer se trate de doenças locais em África, como a febre do Vale do Rift, ou de doenças globais, como a tuberculose, o RNAm parece ser uma abordagem muito promissora", declarou Bill Gates à agência Associated Press no domingo, depois de visitar uma das instalações envolvidas, o Instituto Pasteur, em Dakar, no Senegal.
"Isto permite-nos dar capacidades a África para desenvolverem estas vacinas, o que, posteriormente, pode ser ampliado", explicou Bill Gates.
"O que queremos é que, da próxima vez que houver uma pandemia - esperamos que não aconteça em breve - África seja capaz de fazer a sua própria vacina, contribuir para o desenvolvimento e garantir que protegemos a população", explicou o director do Instituto Pasteur, Amadou Sall, acrescentando que "o que aconteceu com a covid-19 não deve voltar a acontecer, no sentido em que os africanos devem ser vacinados por uma questão de equidade".
O director executivo da Quantoom Biosciences, José Castillo, disse que as tecnologias de RNAm permitem aos países de baixo e médio rendimento "tornarem-se autónomos em termos de investigação e desenvolvimento". A plataforma necessita apenas de 350 metros quadrados de espaço para ter uma unidade de fabrico capaz de produzir dezenas de milhões de doses.
"Muitas pessoas em muitos países não tiveram o acesso necessário para serem vacinadas a tempo" durante a pandemia da covid-19, por isso, pensamos que esta tecnologia terá um impacto tremendo em termos de autonomia através do fabrico regional", concluiu.
Com 8,3 mil milhões de dólares (cerca de 7,9 mil milhões de euros) para doar em 2023, a Fundação Gates é o maior doador filantrópico privado. MOY/DSC