Mogadíscio - As inundações causadas pelas chuvas na Somália deixaram "um rastro de destruição", com casas e terras agrícolas inundadas, serviços públicos, incluindo de saúde, encerrados e centenas de milhares de deslocados, resumiu nesta terça-feira um porta-voz das Nações Unidas.
"De acordo com as primeiras estimativas dos nossos parceiros, mais de 460.000 pessoas foram afectadas, incluindo quase 219.000 deslocadas" devido às inundações verificadas nas últimas semanas, disse Stephane Dujarric em comunicado.
Pelo menos cinco pessoas, incluindo três crianças, morreram nas inundações, disse Mohamed Moalim, da Agência Nacional de Gestão de Desastres da Somália, à Associated Press.
A destruição é maior na região de Hiiraan, no estado de Hirshabelle, centro do país, onde milhares de famílias foram deslocadas em Beledweyne, a cidade da região com maior densidade populacional onde o rio Shabelle transbordou.
"Se as chuvas persistirem na Somália e nas terras altas da Etiópia, estimamos que até 1,6 milhões de pessoas podem ser afectadas, com mais de 600.000 deslocados", Dujarric.
O aumento do nível da água em Beledweyne forçou o encerramento de muitas instalações e serviços, incluindo escritórios governamentais e o hospital principal, segundo relatos de moradores.
"Foi muito difícil caminhar esta manhã por causa da quantidade de água. Como pode ver, a situação está a piorar à medida que a quantidade de água aumenta", descreveu Abdifitah Ahmed, morador de Beledweyne.
A Somália, um dos países mais pobres do mundo, enfrenta múltiplas crises, umas relacionadas com efeitos climáticos como as chuvas torrenciais em certas zonas e seca persistente noutras, mas também conflitos armados, com a insurgência contínua de combatentes extremistas islâmicos que se opõem ao Governo federal.AM/DSC