Guterres pede libertação de centenas de crianças sequestradas na Nigéria

     África              
  • Luanda • Segunda, 14 Dezembro de 2020 | 21h48
Antonio Guterres,  Secretario Geral da ONU
Antonio Guterres, Secretario Geral da ONU
Francisco Miúdo

Nova Iorque - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) apelou hoje à libertação "imediata" das centenas de crianças sequestradas numa escola do noroeste da Nigéria, condenou o ataque e pediu às autoridades nigerianas para levarem os autores à justiça.

Numa nota, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu "a libertação imediata dos meninos do estado de Katsina", sequestrados na sexta-feira, no noroeste do país, na fronteira com o Níger, revelou o ONU News, jornal oficial das Nações Unidas.

"As crianças têm de regressar imediatamente às famílias", afirmou António Guterres na mesma nota, lembrando que ataques a escolas e outras instituições educativas são "uma grave violação dos direitos humanos".

Ao mesmo tempo, o secretário-geral da ONU apelou às autoridades da Nigéria para que levem os autores do crime à justiça.

Guterres reafirmou ainda o apoio da ONU ao Governo e ao povo nigeriano "na luta contra o terrorismo, o extremismo islâmico e o crime organizado".

Entretanto, segundo a agência de notícias Associated Press, a ansiedade está a crescer entre os pais das centenas de alunos que continuam desaparecidos três dias após o ataque.

Mais de 300 estudantes estão desaparecidos desde o ataque à Escola Secundária de Ciências do Governo, um estabelecimento de ensino para rapazes, em Kankara, na sexta-feira à noite, disse o governador de Katsina, Aminu Masari.

Uma operação conjunta de resgate foi lançada sábado pela polícia, força aérea e Exército da Nigéria, de acordo com o Governo.

Os militares estiveram em confronto com os suspeitos do rapto, após terem localizado o seu esconderijo, na floresta de Zango/Paula, no sábado, de acordo com um comunicado do Presidente da Nigéria Muhammadu Buhari.

Quando a escola foi atacada, a polícia envolveu-se num tiroteio com os atacantes, permitindo que muitos estudantes escalassem a vedação da escola e corressem para um local seguro, segundo o porta-voz da polícia estatal de Katsina, Gambo Isah.

A escola que sofreu o ataque tem mais de 600 alunos.

Salish Masi disse que dois dos seus filhos estão entre os alunos que ainda estão desaparecidos.

"Estou preocupado com o facto de, após três dias, não ter notícias sobre os meus filhos", afirmou hoje à agência noticiosa. "Tenho estado à espera que as autoridades me digam o que aconteceu, mas até agora, nada disseram", acrescentou.

Outro pai, Mustapha Gargaba, admitiu também estar muito ansioso por não saber o que aconteceu ao filho.

Nenhum grupo ou pessoas reivindicaram, até agora, a responsabilidade pelo rapto dos estudantes, disse o governador do estado de Katsina, após se ter reunido com oficiais de segurança.

Vários grupos armados operam no noroeste da Nigéria, onde se encontra o estado de Katsina.

Mais de 1.100 pessoas foram mortas por grupos rebeldes, numa escalada de ataques, durante o primeiro semestre do ano, segundo a Amnistia Internacional, que sublinhou o facto de o Governo não estar a conseguir levar os autores destes ataques à justiça.

Os grupos que habitualmente têm realizado raptos para pedirem resgate têm ligações ao grupo 'jihadista' Boko Haram e à sua facção separatista, o Estado Islâmico da África Ocidental (ISWAP).

Tanto o Boko Haram como o ISWAP levaram a cabo no passado raptos em massa de estudantes. O ataque mais grave a uma escola ocorreu em Abril de 2014, quando mais de 270 alunas foram raptadas de um dormitório da Escola Secundária do Governo em Chibok, no nordeste do Estado de Borno. Cerca de 100 das raparigas ainda estão hoje desaparecidas.

O recente incidente na Escola Secundária de Ciência do Governo, em Kankara, é o pior ataque a uma escola masculina desde Fevereiro de 2014, quando 59 rapazes foram mortos durante um ataque de Boko Haram ao Colégio do Governo Federal Buni Yadi, no estado de Yobe.





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