Malabo - A Guiné Equatorial e a Rússia assinaram um acordo para que instrutores militares russos treinem o exército do país, anunciou o vice-presidente, Teodoro Nguema Obiang Mangue, segundo agência EFE.
"A Guiné Equatorial e a Rússia assinaram um acordo de formação militar", declarou Obiang Mangue na sua conta da rede social X na noite de quinta-feira.
Trata-se de "um acordo que permitirá que instrutores russos se desloquem ao país para formar soldados de diferentes ramos do exército nacional", acrescentou.
A assinatura teve lugar durante um encontro entre Obiang Mangue e uma delegação do ministério russo da Defesa em visita de trabalho ao país africano, chefiada pelo vice-ministro Yunusbek Yevkurov.
"Discutimos também a capacidade militar da Guiné Equatorial para garantir a segurança de qualquer evento organizado pelo nosso país. Este ponto reforça a candidatura apresentada pelo nosso país para organizar a próxima cimeira Rússia-África", acrescentou o vice-presidente equato-guineense.
Obiang Mangue discutiu no passado Dezembro questões de cooperação militar com o então vice-ministro russo da Defesa, Alexandr Fomin, numa visita a Moscovo que se seguiu à do seu pai no início de Novembro, em que se encontrou com o seu homólogo russo, Vladimir Putin.
"Gostaria que reforçássemos a cooperação em matéria de segurança e defesa, uma vez que a Rússia tem apoiado a Guiné Equatorial", disse então Teodoro Obiang, em espanhol, durante o encontro realizado na casa de campo do líder do Kremlin.
A Rússia tem reforçado a sua presença no continente africano nos últimos anos.
Em Julho do ano passado, na segunda cimeira Rússia-África em São Petersburgo, Putin anunciou a reabertura de embaixadas em vários países africanos, incluindo a Guiné Equatorial.
Para reforçar os laços com África, o Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguey Lavrov, visitou esta semana quatro países africanos, a Guiné-Conakry, a República do Congo, Burkina Faso e Tchad.
A Rússia tem acordos militares com os cinco países africanos lusófonos membros da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP), e já tinha um acordo militar assinado com a Guiné Equatorial.
O acordo assinado no final de Abril último entre a Rússia e São Tomé e Príncipe era até agora o mais recente entre o conjunto de acordos assinados com os países da comunidade lusófona, sendo o acordo com Angola, de longe, o mais ambicioso, segundo os textos dos mesmos, consultados pela Lusa.
A Guiné Equatorial já tinha um acordo assinado com a Rússia em Julho de 2015 que prevê um procedimento simplificado para a entrada de navios de guerra russos no seu mar territorial, e a acostagem de navios de guerra russos nos portos seus portos, reparação naval, entre outros aspectos relacionados. GAR