Bissau - O chefe de Estado da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou, terça-feira, que as pessoas que atacaram o Palácio do Governo, enquanto decorria a reunião de Conselho de Ministros, queriam matar o Presidente, o primeiro-ministro e os ministros.
"Eles não queriam apenas dar um golpe de Estado, queriam matar o Presidente da República, o primeiro-ministro e os ministros", afirmou Umaro Sissoco Embaló, na Presidência da República, em Bissau, depois de uma declaração à imprensa, seguida de perguntas.
O Presidente falou aos jornalistas acompanhado do primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam do vice-primeiro-ministro, Soares Sambu, e de outros membros do Governo e do seu gabinete.
O Presidente guineense afirmou que o país está de luto porque "alguns valentes filhos" tombaram hoje "por causa da ambição de duas ou três pessoas, que entendem que o país não tem direito de viver em paz".
"Custava-me acreditar que um dia poderíamos chegar a este ponto. Ou que os filhos da Guiné poderiam voltar a perpetrar outro ato de violência. Nem podem imaginar este ato de violência. Preferiria que as pessoas me atacassem pessoalmente", lamentou o Presidente guineense.
Nas declarações aos jornalistas, Umaro Sissoco Embaló salientou que não nasceu para ser "eternamente Presidente" e que está no lugar pela "confiança da maioria do povo guineense".
"Apelo à comunidade internacional a continuar a apoiar a Guiné-Bissau porque este povo precisa", disse.
Vários tiros foram ouvidos hoje perto da hora de almoço junto ao Palácio do Governo da Guiné-Bissau onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.
Entretanto, segundo fonte governamental, militares entraram cerca das 17:20 no palácio do Governo e ordenaram a saída dos governantes que estavam no edifício.
A tentativa de golpe de Estado já foi condenada pela União Africana, pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), através da presidência angolana, pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, por Portugal e por São Tomé e Príncipe.