Argel - O movimento independentista da Frente Polisário defendeu hoje que o conflito no Saara Ocidental, palco de tensões nos últimos dias, depende do "fim da ocupação" marroquina da antiga colónia espanhola em África.
"O fim da guerra é determinado pelo fim da ocupação ilegal da parte dos territórios ocupados da República Saarauí" sob controlo marroquino, disse à agência noticiosa France Presse (AFP) Mohamed Salem Ould Salek, chefe da diplomacia da República Árabe Saarauí Democrática (RASD), autoproclamada em 1976 pela Frente Polisário.
"A guerra apenas começou como consequência da agressão marroquina e do seu aparato em Guerguerat", continuou o dirigente saarauí, ao comentar a operação militar marroquina iniciada sexta-feira na zona tampão extrema do Saara Ocidental para restaurar ponto de tráfego na rota que leva à Mauritânia.
A Frente Polisário, que não reconhece a existência da rota, reagiu sexta-feira à operação militar marroquina ao considerá-la como uma violação ao acordo de cessar-fogo assinado em 1991 sob a égide da ONU.
No terreno a situação permanece confusa, registando-se, porém, várias trocas de tiros, confirmaram quer a Frente Polisário quer a agência noticiosa marroquina MAP.
Como condição para cessar as hostilidades, Ould Salek exige a "aplicação plena e integral" do acordo de 1991.
A Frente Polisário luta há 30 anos pela organização de um referendo de autodeterminação previsto no acordo, mas nunca concretizado.
