Príncipe - O Governo são-tomense manifestou-se hoje confiante de que, com ajuda dos parceiros internacionais, irá alcançar a meta de eliminar o paludismo até 2030, apesar dos 1.700 casos da doença registados este ano.
“Um dos nossos principais objectivos é alcançar a certificação internacional de São Tomé e Príncipe como um país livre do paludismo até 2030”.
Este é um desafio ambicioso, “mas estamos determinados a torná-lo uma realidade”, declarou a ministra da Saúde e Direitos da Mulher de São Tomé e Príncipe, no ato central do dia mundial de luta contra o paludismo que hoje se assinala.
No entanto, Ângela Costa admitiu que ainda existem "vários desafios", nomeadamente "a falta de recursos financeiros e técnicos em certas áreas, bem como as dificuldades geográficas e infra-estruturais", exigindo "abordagens criativas e colaborativas" para fortalecer os "sistemas de vigilância, melhorar a cobertura de intervenções preventivas e garantir o acesso equitativo aos serviços de saúde em todo o país".
"Apesar desses desafios, estamos confiantes de que, com o apoio contínuo de nossos parceiros internacionais, a dedicação de nossas equipas de saúde e o compromisso de nossas comunidades, podemos superar essas barreiras e alcançar nossa meta de um São Tomé e Príncipe livre do paludismo", afirmou.
A ministra sublinhou que São Tomé e Príncipe "tem feito avanços significativos no combate a doença em referência graças aos esforços do Governo e apoios dos parceiros de desenvolvimento e o trabalho árduo" dos profissionais de saúde.
"O acesso aos diagnósticos e tratamentos melhorou substancialmente, resultando em uma redução notável na incidência da doença em muitas comunidades. Além disso, nossos esforços em educação e prevenção têm sido incansáveis, orientando as nossas populações a protegerem-se e as suas famílias contra esta enfermidade", precisou Ângela Costa.
Segundo dados apresentados no evento, de Janeiro até hoje o país registou 1.700 casos de paludismo dos quais 99,4% são originários do arquipélago e 0,6% foram importados de outros países da costa africana, resultando em 68 casos, equivalente a 4%, hospitalizados.
O distrito de Água grande registou mais casos (666), seguido de Mé-zóchi com 387, Lobata com 378, Cantagalo com 130, Lembá com 115, e a ilha do Príncipe que em tempos estava perto da erradicação da doença, tem o registo de 16 casos.
O distrito de Caué, no sul de São Tomé é o único que não regista casos de paludismo.
A representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), Françoise Bigirimana, recordou que "de acordo com os dados epidemiológicos registados nos últimos três anos, o país registou um recrudescimento de casos" que comprometeu "o objectivo de eliminação até 2025".
Assegurou que "a OMS está a intensificar o seu apoio técnico a São Tomé e Príncipe "para eliminar os obstáculos à eliminação" do paludismo, e prevê em 2024, para várias actividades e estratégicas.
Dentre as actividades constam, a avaliação da eficácia terapêutica dos medicamentos utilizados para tratar o paludismo, a avaliação da aceitação pública das intervenções de luta contra o paludismo e desenvolvimento de uma estratégia de comunicação integrada adaptada ao contexto do arquipélago. DSC/AM