Acra - O Presidente do Ghana, John Dramani Mahama, deu a indicação de que o seu Governo não discutiu a possibilidade de alargar a linha de crédito de três mil milhões de dólares (1 dólar equivale a Kz 912) com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Segundo o Chefe de Estado ghanês, citado pelo website do jornal Ghanaian Times, o foco do Governo por enquanto é manter o programa actual, que expira em 2026.
“Não falámos sobre uma extensão do programa. Estamos determinados a continuar com este programa. Se for necessário procurar fundos adicionais ou alargar o programa, assim o faremos, mas, por enquanto, estamos determinados a continuar nesta trajetória”, disse o Presidente Mahama.
O chefe de Estado deixou claro numa entrevista à Bloomberg, à margem da Conferência de Segurança de Munique, na passada sexta-feira.
De acordo com o Presidente Mahama, a prioridade imediata do Governo era garantir uma disciplina orçamental e uma gestão financeira prudente.
Salientou a necessidade de cortar nas despesas desnecessárias e de priorizar projectos essenciais como parte da estratégia do Governo para alcançar a estabilidade económica dentro da estrutura do FMI.
“Acredito que isto significa que devemos ser mais prudentes na gestão das nossas finanças. Devemos também olhar para o lado das despesas e ver como podemos cortar no desperdício e também transferir recursos para programas mais prioritários, e depois é um cabaz inteiro que estamos a analisar”, explicou.
A decisão do Presidente Mahama surge na sequência de uma reunião entre o Ministro das Finanças, Cassiel Ato Baah Forson, e funcionários do FMI na semana passada.
A reunião teve como objectivo rever o progresso do programa e garantir a conformidade com as reformas económicas acordadas.
O programa do Ghana com o FMI foi concebido para garantir reformas estruturais, gestão da dívida e prudência orçamental para restaurar a estabilidade económica.
Entretanto, num encontro com a comunidade ghanesa em Adis Abeba, na Etiópia, na segunda-feira após a 38ª Sessão Ordinária da União Africana, o Presidente Mahama disse que o seu foco era estabilizar rapidamente a economia e criar oportunidades de emprego para os jovens.
Na opinião do Presidente Mahama, o agravamento das condições de vida dos cidadãos levou ao desânimo entre os jovens, o que necessita de atenção urgente.
“Tornou-se importante fazer uma redefinição da nossa democracia, da nossa governação, responsabilidade e até das nossas atitudes. Porque se olharmos para todas as sondagens de opinião que foram realizadas, mostraram que houve um declínio crescente da confiança e da fé na nossa democracia”, afirmou. JM