Libreville- Brice Laccruche Alihanga, antigo braço direito do chefe de Estado gabonês Ali Bongo Ondimba, foi hoje (sexta-feira) condenado pelo tribunal de Libreville a cinco anos de prisão efectiva por "aprovação indevida de documentos administrativos".
Nomeado chefe do gabinete presidencial em 2017, Laccruche, um franco-gabonês de 41 anos, tornou-se um verdadeiro homem forte do poder após o acidente vascular cerebral de que foi vítima Ali Bongo em Outubro de 2018, que deixou o chefe de Estado muito debilitado e ausente do país durante muitos meses.
Alihanga foi ainda condenado por ter obtido ilegalmente a nacionalidade gabonesa.
Em Novembro de 2019, pouco depois do regresso do Presidente Bongo à cena política, Laccruche foi afastado da presidência, e depois alvo de investigação numa operação anti-corrupção que visou ministros e altos funcionários leais ao antigo chefe de gabinete.
Alihanga foi preso em Dezembro de 2019 em Libreville por desvio de fundos públicos, juntamente com vários ministros e altos funcionários gaboneses.
O ex-chefe de gabinete de Bongo é agora condenado por uma acusação relativamente menor em comparação com outras pelas quais também está a ser processado em investigações separadas.
Laccruche foi também condenado a pagar uma multa de 5 milhões de francos CFA, cerca de 7.500 euros, pena alinhada com o pedido o Ministério Público.
Entretanto, um juiz de instrução parisiense está desde 2020 a investigar acusações de "detenção arbitrária" pelas autoridades gabonesas de Brice Laccruche, assim como do seu irmão, Gregory, igualmente processado por desvio de fundos públicos.
O Grupo de Trabalho sobre a Detenção Arbitrária do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas concluiu igualmente, no final de 2020, que a detenção dos irmãos Laccruche e de outros três acusados pela justiça gabonesa foi "arbitrária" e apelou à "libertação imediata" e à "indemnização" dos detidos.