Pretoria (Da correspondente) - O ministro sul-africano da Saúde, Aaron Motsoaledi, reiterou a importância de as nações voltarem a alocar recursos para a saúde reforçando as parcerias globais de saúde e explorando mecanismos de financiamento inovadores para lidar com as lacunas existentes.
O governante que fez o pronunciamento na Segunda Reunião do Grupo de Trabalho da Saúde do G20, em Ballito (Kwazulu-Natal), utilizou a plataforma para destacar o compromisso da África do Sul com a cobertura universal de saúde, (UHC- na sigla em inglês) através do sistema de Seguro Nacional de Saúde (NHI), que visa proporcionar protecção financeira e utilização eficiente dos recursos.
Na África do Sul, estamos a procurar activamente a transformação para alcançar a cobertura universal de saúde, por meio do NHI, disse.
"O Seguro Nacional de Saúde foi concebido para proporcionar protecção financeira a todos, garantindo que o acesso a cuidados de saúde de qualidade, não depende da capacidade de cada um pagar [por eles] e também ajudará na utilização eficiente dos nossos recursos, angariando fundos e comprando serviços estrategicamente".
Aaron Motsoaledi citou dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) que indicam que o número de pessoas protegidas de gastos catastróficos em saúde vinha aumentando constantemente antes da pandemia da COVID-19.
Desde então, cerca de 100 milhões de pessoas voltaram a enfrentar dificuldades financeiras, devido a despesas relacionadas com a saúde, frisou.
Acredita que o NHI é uma demonstração concreta do compromisso do governo sul-africano em não deixar ninguém para trás, promovendo e reforçando a resiliência do sistema de saúde.
"Imploramos a todos os membros do G20 que defendam o aumento do financiamento público dos sistemas de saúde", avançou, para de seguida sublinhar que "a ideia de que algumas vidas importam menos, é a raíz de tudo o que está errado no mundo".
Esta não é apenas uma questão orçamental. É um investimento sério no "nosso futuro", afirmou.
O titular da Saúde pediu aos participantes que a darem prioridade à saúde pública em detrimento dos interesses concorrentes, garantindo que são distribuídos recursos adequados para satisfazer as necessidades de saúde das populações do país.
"Todos devemos alinhar os nossos esforços para além do financiamento. Há que abordar as persistentes desigualdades em saúde que assolam o nosso mundo", declarou.
As discussões sobre as diferenças em saúde devem ser alargadas, especialmente nos países de baixo e médio rendimento e a necessidade de abordagens multilaterais para prevenir e controlar as doenças não transmissíveis (DNT).
Deu a conhecer que a próxima reunião de Alto Nível das Nações Unidas sobre DNT é vista como uma oportunidade crucial para galvanizar acções globais contra condições crónicas como as doenças cardíacas, cancro, diabetes e outras pandemias respiratórias crónicas.
"Devemos aliviar o fardo financeiro, restringir a comercialização de alimentos não saudáveis, financiar os serviços de saúde de emergência e acelerar a eliminação do cancro do colo do útero, o único - cancro que pode ser prevenido", fez saber.
O tema do encontro com a duração de três dias é: " Acelerar a equidade em saúde, a solidariedade e a cobertura universal".
Convidou os países a trabalharem em conjunto para garantir que "a saúde continue a ser uma prioridade, não uma mercadoria, especialmente durante estes tempos económicos instáveis".
A África do Sul, que assumiu a presidência do G20 em Dezembro de 2024, acolhe presentemente vários grupos de trabalho e reuniões ministeriais por todo o país.
Os encontros estão centrados em temas importantes como a saúde, o emprego, o comércio, o turismo e a economia digital - tudo em preparação para a Cimeira dos Líderes do G20 agendada para Novembro do presente ano. RB/ADR