EUA: Progressos contra mortalidade materno-infantil com retrocessos em África

     África           
  • Luanda     Sexta, 02 Dezembro De 2022    16h22  
Aleitamento materno
Aleitamento materno
José Cachiva

Nova Iorque - O Atlas de Estatísticas da Saúde Africana 2022 indica que o combate à mortalidade materno infantil no continente teve avanços reduzidos comparativamente com a última década e pede mais acções.

O documento, que o ONU News - órgão de comunicação oficial das Nações Unidas - divulgou hoje, avaliou nove vectores relacionados os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) sobre saúde e concluiu, que no ritmo actual, será necessário aumentar o investimento para acelerar as acções rumo de forma a cumprir as metas.

Da comparação feita com resultados da década passada, o novo relatório da Organização Mundial da Saúde, estima que na África Sub-sahariana 390 mulheres perderão a vida todos os dias para cada 100 mil nascimentos, até 2030.

O número situa-se cinco vezes acima dos objectivos para 2030, menos de 70 óbitos de grávidas para cada 100 mil partos. Além disso é ainda superior à média de 13 mortes para 100 mil nascimentos na Europa, registada em 2017. A média global é de 211 mortes maternas.

A OMS/África afirma que para alcançar os ODS, o continente precisará de reduzir em 86 por cento os níveis de mortalidade materna de 2017, o ano em que os últimos dados foram reportados. Para a agência aquela meta seria irrealista tendo em vista o ritmo da queda actual.

Os índices de mortalidade infantil, por exemplo, são de 72 para cada 1000 nascimentos vivos. A redução anual é de 3,1 percentuais, e espera-se uma queda de 54 mortes para cada mil nascimentos até 2030. Números que estão bem acima da meta de redução para menos de 25 por mil nascimentos.

A directora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, diz que o continente conseguiu alcançar alguns dos níveis mais rápidos de redução do globo, em certas áreas de saúde, mas está a perdê-los neste momento.

Assim, para muitas mulheres africanas, ter um bebé ainda é um risco e milhões de crianças morrem antes de completar cinco anos de idade.

Para aquela responsável, os governos precisam de corrigir, de forma radical, aquele percurso e aumentar o passo no cumprimento das metas de saúde.

Para a directora regional da OMS, os objectivos "não são apenas marcos, mas a própria base de uma vida mais saudável e do bem-estar para milhões de pessoas".

A África também enfrenta outros desafios na saúde como o da dimensão da vacinação.

A mortalidade de crianças abaixo de cinco anos caiu 35 por cento, e as mortes de recém-nascidos também foram reduzidas em 21 por cento, enquanto a morte de mães baixou 28 por cento.

Na última década, avanços em três áreas ficaram estagnados, especialmente em mortalidade materna.

O continente avançou, porém, no domínio do planeamento familiar, com 56,3 percentuais de mulheres em idade reprodutiva recebendo métodos contraceptivos em 2020. Mas mesmo neste domínio, África está bem abaixo da média global de 77 por cento.

A OMS acredita que a redução das acções nos domínios da saúde foi agravada pelos efeitos da pandemia da Covid-19 no sector de saúde.

Serviços de atendimento para cuidados pós-natal e unidades de tratamento intensivo neonatal, assim como campanhas de imunização foram afectados.

Por isso, desde 2021, a África tem enfrentado um retorno de surtos de doenças evitáveis por vacinas. O sarampo, por exemplo, aumentou 400 por cento entre Janeiro e Março de 2022, se comparado ao mesmo período do ano anterior.

O investimento inadequado em saúde e financiamento para programas de saúde são alguns dos maiores retrocessos para alcançar os ODS na saúde, escreve ainda o ONU News.

Recordando que, no ano passado, uma pesquisa da OMS em 47 estados africanos, constatou que uma parcela daquela região tem 1,55 trabalhadores de saúde, incluindo médico, parteira e enfermeiros, para 01 mil habitantes.

Uma média inferior ao limite de densidade de 4,45 profissionais para mil habitantes, o que é necessário para fornecer serviços essenciais e atingir a cobertura universal de saúde.

No continente africano, 65 por cento dos nascimentos são feitos por pessoal qualificado, é a taxa mais baixa do mundo e está bem distante da meta de 90 por cento até 2030.

As mortes neonatais somam quase metade de todos os óbitos de crianças menores de cinco anos.

Deste modo, acelerar a agenda para reduzir essas mortes pode ser o maior passo na diminuição de óbitos de crianças abaixo de cinco anos para menos de 25 por mil nascimentos.



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