Adi Abeba - O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enviou um dos seus principais aliados no Senado, o democrata Christopher Coons, à Etiópia para pedir uma solução para o conflito que fez milhares de mortos e desaparecidos.
Coons visitará a capital, Adis Abeba, onde vai reunir-se com o primeiro-ministro, Abiy Ahmed, a pedido de Biden, anunciou hoje o conselheiro de segurança nacional, Jake Sullivan, num comunicado citado pela agência espanhola de notícias, a Efe.
O senador transmitirá ao primeiro-ministro etíope a "inquietação grave" do Presidente norte-americano sobre a crise humanitária e os abusos dos direitos humanos na região de Tigray, e o risco de que a instabilidade se alargue a toda a região do Corno de África.
Segundo Sullivan, o enviado especial de Biden vai também manter consultas com a União Africana sobre "como promover os interesses partilhados da região na paz e prosperidade", acrescenta-se no comunicado.
Segundo a revista Foreign Policy, Coons diz que partilha as preocupações do Governo de Biden "sobre a deterioração da situação no Tigray, que ameaça a paz e a estabilidade na região" e acrescenta que está "ansioso pelo encontro com o primeiro-ministro Abiy Ahmed para transmitir a inquietação do Presidente".
Coons é membro do Comité das Relações Exteriores do Senado norte-americano e presidente do subcomité de Atribuições, que supervisiona o financiamento de programas de ajuda no exterior e programas diplomáticos.
A notícia da deslocação de Coons acontece no mesmo dia em que a alta-comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, aceitou o pedido da Etiópia para uma investigação conjunta sobre as consequências humanitárias do conflito na região de Tigray.
O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, Prémio Nobel da Paz de 2019, lançou uma intervenção militar no início de Novembro para derrubar o governo estadual eleito, pertencente ao partido que durante décadas dominou a política federal etíope, a Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF), cujas forças acusou de atacarem uma base do exército federal na região.
Adis Abeba declarou vitória em 28 de Novembro, mas a grande maioria dos líderes estaduais, pertencentes à TPLF, que o Governo federal quer desarmar e prender, estão em fuga e prometeram continuar a lutar.
O acesso ao estado do Tigray melhorou recentemente, mas durante semanas um 'blackout' de comunicações e restrições às deslocações impostas pelas forças federais tornaram difícil o conhecimento da situação no terreno.