Nairobi - Mais 10 corpos relacionados com o caso da seita religiosa que praticava jejum extremo, foram encontrados nesta terça-feira, elevando para 83 o número de mortos do que é já conhecido como o 'massacre da floresta de Shakahola', no Quénia, divulgou hoje a AFP.
Segundo esta agência de noticias, um dos seus repórteres no local viu cinco novos corpos embrulhados em sacos, enquanto outros cinco (incluindo os de três crianças) estavam a ser retirados de uma vala comum.
Dois sobreviventes, aparentando um elevado grau de desnutrição foram também encontrados no local, segundo pôde constatar.
Desde o início das buscas, em 14 de Abril, e até esta segunda-feira, as autoridades encontraram um total de 73 corpos.
A seita, denominada Igreja Internacional da Boa Nova, difunde a ideia de que o jejum é a via para encontrar Jesus Cristo.
O líder da seita, Paul Mackenzie Nthenge, foi detido em 15 de Abril, um dia antes das autoridades iniciarem as investigações sobre o caso.
Na segunda-feira, o Presidente do Quénia, William Ruto, prometeu endurecer as acções contra os cultos, que classificou como "terroristas", que deturpam a religião, no seguimento da descoberta dos primeiros corpos.
"O que vimos em Shakahola [uma floresta perto da cidade de Malindi] é semelhante aos terroristas, que usam a religião para promover atos hediondos, e o que pessoas como o senhor Mackenzie estão a fazer é exactamente a mesma coisa", disse William Ruto numa cerimónia de graduação de oficiais prisionais no centro do país.
De acordo com a Cruz Vermelha queniana, "até agora 112 pessoas foram dadas como desaparecidas".
Segundo relatórios da imprensa local, Makenzie Nthenge foi preso e acusado em Março, depois de duas crianças terem morrido à fome quando se encontravam ao cuidado dos seus pais.
Mais tarde, foi libertado sob fiança de 100.000 xelins quenianos (cerca de 670 euros). MOY/DSC