Cairo - O Representante Permanente do Egipto nas Nações Unidas fez uma declaração à Assembleia Geral da ONU durante a comemoração do Dia Internacional de Combate à Islamofobia.
De acordo com o Daily News, o embaixador Osama Abdel Khalek fez a declaração em nome do Grande Imã de Al-Azhar, Ahmed El-Tayeb.
Na declaração, o Grande Imã afirmou que a reunião da ONU representou o ápice dos esforços da Organização de Cooperação Islâmica (OIC) para confrontar a islamofobia. Ele a descreveu como um fenómeno ilógico que representa uma ameaça genuína à paz global.
O Grande Imã expressou sua apreciação pela postura do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, elogiando suas observações sobre o Islão como justas e perspicazes, reflectindo uma verdadeira compreensão da religião e seus ensinamentos tolerantes.
De acordo com a declaração, esses ensinamentos se opõem à islamofobia e desafiam o que ele descreveu como a tendência de aceitar julgamentos preconcebidos e estereótipos degradantes, frequentemente promovidos por grupos de extrema direita para ganhos políticos estreitos.
A declaração do Grande Imã disse que a islamofobia decorre da ignorância da verdadeira natureza e tolerância do islamismo, bem como de tentativas deliberadas de distorcer seus princípios de paz e coexistência.
Acrescentou que essas distorções dependem de falsas interpretações e da exploração maliciosa de acções militares abomináveis perpetradas por grupos muito distantes do islamismo. A declaração chamou o uso dessas acções para justificar a islamofobia de “a maior mentira da história contemporânea”.
A declaração enfatizou a necessidade de unidade para construir pontes de entendimento e superar a ignorância, arrogância e ódio. O Grande Imã acredita que o diálogo inter-religioso e intercultural não é mais um luxo, mas um meio essencial de salvar a humanidade da ignorância e do mal-entendido.
A declaração do Grande Imã destacou o Documento sobre a Fraternidade Humana, assinado pelo Grande Imã e pelo Papa Francisco em Abu Dhabi em 2019.
A declaração também enfatizou a necessidade de combater o discurso de ódio, que, segundo ela, se espalha por meio do discurso nas mídias sociais e na grande mídia.
Pediu a promoção do diálogo, da tolerância e da coexistência, promulgando legislação vinculativa e lançando campanhas de conscientização para cultivar a tolerância e promover o respeito mútuo, permitindo a cooperação no desenvolvimento de uma narrativa que possa restaurar a compreensão, a solidariedade e a fraternidade entre os povos.
A declaração do Grande Imã também chamou a atenção para o estabelecimento do Observatório Al-Azhar para Combater o Extremismo.
De acordo com a declaração, o observatório visa esclarecer conceitos religiosos precisos para muçulmanos e não muçulmanos em todo o mundo. Também trabalha para combater ideologias extremistas, grupos terroristas e movimentos violentos, e para monitorar actos de violência contra muçulmanos.
A declaração do Grande Imã instou o desenvolvimento de uma definição internacional de islamofobia, a criação de bancos de dados para documentar crimes e práticas étnicas e racistas contra muçulmanos, e o estabelecimento de um mecanismo para avaliar a eficácia de iniciativas voltadas ao combate à islamofobia.
Acrescentou que esses bancos de dados devem ser abrangentes e axtualizados regularmente. ADR