Abuja - Pelo menos 200 presumíveis criminosos foram mortos numa operação militar realizada pelo exército nigeriano no noroeste do país, na qual 10 civis e 10 soldados também perderam a vida, disseram fontes militares à agência noticiosa EFE.
"Lançámos uma grande operação no domingo, envolvendo tropas terrestres e a força aérea, em (na cidade de) Dansadau, no (estado de) Zamfara", disse quarta-feira um oficial do exército sob anonimato à EFE por telefone.
O oficial do exército afirmou ainda que os confrontos duraram dois dias e que "pelo menos, 200" criminosos foram capturados.
"Após dois dias de luta contínua contra os criminosos, neutralizamos pelo menos 200 deles", disse a fonte, acrescentando que alguns dos bandidos tentaram fugir mas foram, mais tarde, abatidos com ataques aéreos.
A fonte acrescentou, ainda, que "infelizmente" perderam "10 homens e 10 civis foram mortos no fogo cruzado".
"Alguns dos nossos foram também mortos durante a operação", disse à EFE Attahiru Mohammed, secretário da Coligação de Grupos da Sociedade Civil de Zamfara.
"Enquanto parabenizamos os militares pela operação em Dansadau, pedimos que evitem esse tipo de dano colateral da próxima vez", pediu o activista.
Os estados centrais e noroeste da Nigéria sofrem ataques frequentes de "bandidos", o termo utilizado localmente para bandos criminosos que cometem assaltos em massa, roubos e raptos para obterem resgates lucrativos.
A violência continua apesar das repetidas promessas do Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, de acabar com o problema e do destacamento de forças de segurança adicionais para a área.
Em meados de novembro, um grupo de bandidos raptou quase uma centena de pessoas em várias cidades Zamfara, incluindo Kanwa e Maradun, assim como em aldeias mais pequenas.
Esta insegurança tem sido agravada desde 2009 pelo grupo terrorista Boko Haram e, desde 2016, pelo seu descendente, o Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês).
Ambos os grupos já mataram mais de 35.000 pessoas e causaram cerca de 2,7 milhões de deslocados internos, na sua maioria na Nigéria, mas também em países vizinhos como os Camarões, Chade e Níger, de acordo com dados do Governo e da Organização das Nações Unidas.