Ouagadougou - Dois funcionários da organização não-governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras (MSF) morreram, quarta-feira, num ataque de homens armados no noroeste do Burkina Faso, disse a instituição em comunicado, citada pela agência AFP.
"Na manhã de quarta-feira, 08 de Fevereiro, um veículo claramente identificado dos Médicos Sem Fronteiras que transportava uma equipa médica de quatro pessoas na estrada entre Dédougou e Tougan (noroeste) foi alvejado por homens armados que alvejaram contra os ocupantes. Dois funcionários foram mortos e outros dois conseguiram fugir", acrescentam os MSF.
"As duas vítimas, de nacionalidade burkinabe, trabalhavam para os MSF" desde Junho de 2020, acrescenta a ONG, cujos membros estão "tristes e indignados com este assassínio", segundo a presidente da ONG, Isabelle Defourny, citada no comunicado de imprensa.
Segundo Isabelle Defourny, este é um ataque deliberado e intencional a uma equipa humanitária claramente identificada, como parte da sua missão médica.
Foi o segundo ataque perpetrado quarta-feira por alegados fundamentalistas islâmicos no Burkina Faso, depois de outro que resultou na morte de seis pessoas - três auxiliares do exército e três civis - no centro-leste, segundo um morador e uma fonte de segurança.
No ataque, perpetrado por volta das 05:00 locais (06:00 hora de Angola) ficaram ainda feridas várias pessoas e foram registados danos significativos, designadamente casas incendiadas pelos agressores, segundo uma fonte da segurança, citada pela agência AFP.
O Burkina Faso, palco de dois golpes militares em 2022, e está envolvido desde 2015 numa espiral de violência de extremistas islâmicos que começou no Mali alguns anos antes e se espalhou para os vizinhos Burkina Faso e Níger.
A violência provocou já milhares de mortos - civis e militares - e cerca de dois milhões de deslocados, segundo as autoridades burkinabês.