Lilongwe - Cerca de 1.200 crianças rastafári vão poder regressar às salas de aula no Malawi ao longo do próximo mês, após o país ter acabado com a proibição do uso de 'dreadlocks' no ambiente escolar, anunciou hoje as autoridades locais.
A proibição foi considerada inconstitucional em Março deste ano, procedendo-se ao envio de cartas a cerca de 07 mil escolas, que deverão abrir, de novo, as portas a estes alunos.
A juíza Zione Ntaba, que presidiu a revisão judicial de longa duração da política do governo na antiga capital do Malawi, Zomba, apelou ao ministério da Educação para que informe as escolas públicas que devem admitir crianças rastafári até 30 de Junho.
Dentro da pequena minoria rastafári do Malawi, cerca de 15.000 pessoas praticam o Rastafarianismo como religião e milhares adoptaram-no como um modo de vida, conta o jornal britânico The Guardian. O cabelo tem um simbolismo sagrado, baseado em várias passagens do Antigo Testamento, pelo que cortá-lo ou usar “uma navalha” para retirá-lo é condenável pelos seu seguidores.
“Não estamos a lutar contra o governo, nem a atirar pedras, mas [a tentar] argumentar com eles”, disse Ezaius Mkandawire, pai e líder da comunidade rastafári na actual capital do Malawi, Lilongwe.DSC