Maputo - Os presidentes de Moçambique, Filipe Nyusi, e do Botswana, Mokgoetse Masisi, lançam hoje (segunda-feira), oficialmente, a missão da Força em Estado de Alerta da SADC contra os grupos armados no norte de Moçambique, anunciou a Presidência da República moçambicana.
"O acto irá constituir o ponto mais alto da materialização das decisões da Cimeira Extraordinária da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral [SADC] realizada em Maputo, a 23 de Junho de 2021, e assinala a plena prontidão para o desdobramento no Teatro Operacional Norte, no sentido de apoiar a República de Moçambique no combate ao terrorismo e extremismo violento que assolam alguns distritos da província de Cabo Delgado, com impacto no país e na região", refere a nota de imprensa.
O comunicado assinala que o contingente da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral integra as forças de defesa e segurança da África do Sul, Botswana, Angola, Lesotho e Tanzânia, nas especialidades de forças terrestres, navais, aéreas, informações, logística, entre outros.
"Neste momento, o exército moçambicano, em coordenação com as forças rwandesas, regista avanços significativos na ocupação de importantes bases dos terroristas, com registo de pesadas baixas do lado inimigo, o que permite a retoma da normalidade nas áreas outrora consideradas de risco", acrescenta o documento.
Não é publicamente conhecido o número de militares que a organização vai enviar a Moçambique, mas peritos da SADC, que estiveram em Cabo Delgado, já tinham avançado em Abril que a missão deve ser composta por cerca de três mil soldados.
As Forças de Defesa e Segurança de Moçambique contam, desde o início de Julho, com o apoio de mil militares e polícias do Rwanda para a luta contra os grupos armados, no quadro de um acordo bilateral entre o Governo moçambicano e as autoridades de Kigali.
O Ministério da Defesa de Moçambique confirmou hoje a reconquista da vila de Mocímboa da Praia pelas forças conjuntas moçambicanas e ruandesas, avançando que os combates continuam para a "consolidação das zonas que prevalecem críticas".
Grupos armados aterrorizam a província de Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Na sequência dos ataques, há mais de 3.100 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.