Adis Abeba - A comissária da União Africana (UA), Josefa Correia Sacko, disse hoje, em Adis Abeba, que a justiça e a equidade climática exigem medidas responsáveis e eficazes dos países, sobretudo do continente africano.
Josefa Sacko, que falava na 3ª edição da Cimeira Pan-Africana de Parlamentares, em representação do Presidente da comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, disse que uma medida eficaz ajudaria o continente a adaptar-se e a mitigar os impactos das alterações climáticas, ao abrigo do princípio das responsabilidades comuns.
Referiu que as alterações climáticas tornaram-se uma ameaça existencial para África, com maior incidência para as pequenas nações insulares. África é o continente que menos contribuiu para esta crise, ou seja, menos de quatro por cento das emissões globais de gases com efeito de estufa.
“Hoje, é o continente que suporta o fardo mais pesado, em parte, devido à sua menor capacidade de adaptação. Estamos a ser castigados pelos pecados dos outros”, frisou.
Na sua opinião, os Parlamentares Pan-Africanos têm um papel a desempenhar, especialmente no que se refere à formulação e aprovação rápida de políticas relevantes em matéria de alterações climáticas e de projectos de lei sobre o clima, bem como garantir para que os instrumentos sejam bem implementados.
“Do mesmo modo, as organizações da sociedade civil desempenham um papel fundamental na responsabilização dos governos e no apoio à implementação de actividades de adaptação e mitigação das alterações climáticas, bem como de instrumentos políticos a nível comunitário, sub-nacional e nacional”, assegurou.
Avançou que a UA está a priorizar a resolução deste fenómeno, através de consultas exaustivas, bem como a aprovar estratégias e plano de Acção para as Alterações Climáticas e o Desenvolvimento Resiliente (2022-2032), com base em acções harmonizadas e coordenadas para responder aos impactos.
A comissária disse ainda que a organização tem também Plano de Recuperação Verde da UA (GRAP 2021-2027), cujo objectivo é orientar o continente para reforçar a sua resiliência face aos impactos negativos de alterações climáticas e melhorar os serviços meteorológicos e climáticos em África, assim como recuperação ecológica da pandemia da COVID-19.
"África está disposta a desempenhar o seu papel na resposta global às alterações climáticas, mas as outras partes do mundo, particularmente as mais responsáveis pelas emissões históricas, têm a responsabilidade de nos ajudar nos nossos esforços”. As necessidades e circunstâncias especiais de África devem ser reconhecidas e devem servir de base ao apoio climático à nossa região”, sublinhou.
Participam da Cimeira Pan-Africana, que encerra quarta-feira (17), os presidentes da África do Sul, Cyril Ramaphosa, do Quénia, William Ruto, o actual coordenador do CAHOSCC, Fortune Charumbira, o líder do Parlamento Pan-Africano, Adesina Akinwumi, do Grupo do Banco Africano de Desenvolvimento, Samel Shoukry, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Egipto, Amina Mohammed, entre outras individualidades.