Adis Abeba - A comissária para a Agricultura e Economia Rural pela União Africana (UA), Josefa Correia Sacko, disse hoje, em Adis Abeba (Etiópia), que cerca de 25 milhões de dólares são necessários para o trabalho de coordenação dos centros de investigação sobre estudos de identificação das zonas apropriadas para a implementação dos Parques Agrícolas Africanos Comuns (CAAPs).
A diplomata, que interveio numa mesa redonda de investidores para o desenvolvimento dos parques agro-africanos comuns, a margem da Cimeira dos Chefes de Estados e de Governo da UA, explicou que o programa tem o escopo de transformar colectivamente a agricultura do continente e impulsionar a integração e a industrialização do continente.
“É um grande ponto de partida para alcançarmos a ambição do continente de triplicar o comércio intra-africano de bens e serviços agrícolas, tal como foi estipulado na Declaração de Malabo, capital Guiné Equatorial, de Junho de 2014 dos Chefes de Estado da UA, e estou convencido de que o podemos fazer”, vincou a Comissária da UA.
Referiu que as CAAPs são zonas agro-industriais comuns transfronteiriças e corredores de abastecimento alimentar, que serão estabelecidas em áreas agro-ecológicas adequadas, em cada uma das regiões geográficas de África.
Josefa Sacko avançou que cada zona será dominada por mercadorias agrícolas específicas, das quais serão desenvolvidas cadeias de valor continentais, para produzir e processar as mercadorias seleccionadas, que podem ser comercializadas entre Estados africanos, para compensar gradualmente a factura de importação.
“A implementação dos CAAPs já não é uma opção e não permitiremos qualquer distracção para a realização desta importante visão de África”, alertou.
A lista das mercadorias seleccionadas para este fim e discutida pelo grupo de Trabalho das CAAPs inclui: arroz, milho, trigo, inhame, mandioca, horticultura, avicultura, pecuária e cacau.
Fez saber que existe uma proposta de programa de 5,5 milhões liderada pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) para apoiar a preparação de casos empresariais e estudos de viabilidade para projectos de demonstração dos CAAPs já identificados.
Desta feita, considerou que o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) terá um papel importante para a implementação e promoção de iniciativas de desenvolvimento de zonas económicas especiais para o agro-negócio e dos CAPPs a nível nacional.
Por outro lado, anunciou que devido ao papel crítico do sector privado neste processo, a União Africana está a trabalhar para designar dois campeões do sector privado para os CAAPs que irão liderar a promoção em toda a África.