Adis Abeba - A gestão dos riscos relacionados com a saúde das plantas é crucial para a economia de África e continua a ser um desafio premente e urgente, defendeu hoje, em Adis Abeba, a comissária da União Africana (UA), Josefa Correia Sacko.
A diplomata angolana falava no acto de lançamento da estratégia fitossanitária para África (2022-2036) que aborda a adoção e a promoção de medidas eficazes que visam cumprir as normas internacionais estabelecidas pela Convenção Internacional de Proteção das Plantas (CIPP) e pelo Codex para o controlo dos efeitos adversos das espécies pandémicas e exóticas de pragas vegetais invasoras nos meios de subsistência e na biodiversidade.
Referiu que as pragas e doenças das plantas não só comprometem a qualidade e a quantidade dos produtos agrícolas, como também exerce impactos negativos de grande alcance na segurança alimentar, no ambiente, na biodiversidade, no comércio de produtos agrícolas, na geração de rendimentos e na saúde da população africana.
“A procura cada vez maior de alimentos para alimentar uma população humana em crescimento exige esforços imediatos e direccionados para reforçar os sistemas fitossanitários nacionais, regionais e continentais, a fim de assegurarmos a qualidade de produtos alimentares”, frisou.
Josefa Sacko disse que a ocorrência contínua de pragas e doenças das plantas, exacerbada pelas alterações climáticas resultou em elevadas taxas de perda de espécies vegetais e de biodiversidade, para além da redução da produtividade das culturas e fizeram que milhares de espécies vegetais de África estivessem em risco.
Esta tendência crescente, prosseguiu, tem de ser invertida, dada a centralidade da agricultura na economia de África, onde em média, representa 40% do Produto Interno Bruto (PIB), 15% das exportações, 60 a 80% do emprego e 75% do comércio intra-africano.
“Se esta tendência negativa não for invertida, os ganhos económicos e as aspirações de África através de várias iniciativas e estratégias de desenvolvimento (Agenda 2063 e o Acordo da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) que visam aumentar o comércio intra-africano) serão prejudicados”, admitiu a comissária da UA.
Neste particular, reconheceu que a Estratégia Fitossanitária para África (PHSA, sigla em inglês) fornece um roteiro claro para a gestão de potenciais ameaças à fitossanidade que prejudica a operacionalização das estratégias e iniciativas de desenvolvimento agrícola do continente.
Por outro lado, assegurou que a implementação da estratégia fitossanitária reduzirá a duplicação de esforços, facilitando assim a sinergia para alavancar os recursos e capacidades existentes, aumentando a aprendizagem de lições e as melhores práticas.
Esta estratégia foi desenvolvida como uma ferramenta para implementar o quadro continental do programa sanitário e fitossanitário para África, aprovado pelos órgãos políticos da UA em 2020. JM