Cartum - Os combates no Sudão agravaram rapidamente a situação humanitária das crianças, com milhões a necessitarem de assistência imediata, alertaram nesta quinta-feira a Unicef e as organizações não-governamentais (ONG) World Vision e Save the Children.
Numa declaração conjunta, as ONG sublinharam que, antes do início do actual conflito entre o exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF), no dia 15 de Abril, "as necessidades humanitárias no Sudão eram graves e estavam a agravar-se, sendo as crianças as mais vulneráveis".
A nota refere que mais de 8,5 milhões de crianças no Sudão necessitam de assistência humanitária, num país que regista uma das taxas mais elevadas de desnutrição infantil do mundo.
As organizações alertaram para o facto dos combates entre o exército sudanês e as RSF estarem a provocar deslocações e a expor ainda mais as crianças a possíveis violações graves, incluindo "o recrutamento e a utilização pelas forças e grupos armados, bem como a violência sexual".
"Pelo menos nove crianças foram mortas e mais de 50 ficaram feridas durante os combates", que já mataram pelo menos 512 civis e feriram mais de 4.000, refere o comunicado.
Por outro lado, o mesmo documento adverte que "a cadeia de frio que mantém as vacinas viáveis tem sido afectada por constantes cortes de energia e combustível, colocando em risco a vida de milhões de crianças num país onde as taxas de vacinação já estavam a cair e onde as crianças enfrentam surtos regulares de doenças".
"Milhões de crianças sub-vacinadas ou com dose zero não receberão vacinas que salvam vidas, expondo-as a doenças mortais como o sarampo e a poliomielite", acrescenta a nota. AM/DSC