Nampula - O impacto do ciclone Gombe, que desde quinta-feira fustiga Nampula e Zambézia, causou pelo menos 10 mortos, segundo dados preliminares.
As mortes foram registadas nos distritos de Angoche, Nampula, Ilha de Moçambique e Monapo, os mais afectados pelo fenómeno, que atingiu também de forma severa Meconta, Nacala-Porto, Liupo, Memba e Mossuril. Algumas destas regiões ficaram sem energia eléctrica.
Ainda em Nampula, há indicação de destruição de várias infra-estruturas públicas e privadas, como unidades sanitárias, escolas e habitações precárias e convencionais.
O secretário de Estado na província de Nampula, Mety Gondola, liderou ontem um trabalho de monitoria dos efeitos do ciclone em alguns distritos, onde ficou a saber que grande parte das estradas está alagada.
Gondola garantiu que, no terreno, as equipas estão a trabalhar, ainda que com dificuldades, para a recolha de informação.
Segundo ele, a destruição de infra-estruturas remete o Governo a uma reflexão para a observância do princípio de resiliência na construção.
Na província da Zambézia, mais de trinta e duas mil pessoas residentes nos postos administrativos de Mulela e Nabur, no distrito de Pebane, estavam isoladas devido ao desabamento de uma ponte que estabelece a ligação rodoviária entre estas regiões, em consequência das chuvas.
A infra-estrutura em causa é tida como estratégica para a economia do distrito de Pebane, de forma particular, e da província da Zambézia, em geral, porquanto os dois postos administrativos são os maiores produtores de castanha de caju, amendoim e pescado, além da madeira.
Luísa Meque, presidente do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), referiu que as equipas multissectoriais de socorro estão posicionadas em pontos considerados críticos para fazer a monitoria e prestar assistência às pessoas em caso de necessidade.
Por seu turno, falando ontem momentos após a reunião do Comité Operativo de Emergência, Belém Monteiro, vice-presidente do INGD, garantiu que a província da Zambézia tem meios para garantir a assistência às pessoas afectadas pelo ciclone.
Segundo o INGD, mais de 580 mil pessoas, sete mil escolas, 750 unidades sanitárias, 77 pontes, 15 troços de estradas, entre outras infra-estruturas básicas, estavam em risco de ser afectadas.
No entanto, Acácio Tembe, do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), disse que o ciclone tropical intenso perdeu força e baixou para o estágio de depressão tropical após ter entrado no continente.
Acrescentou que, apesar disso, as províncias da Zambézia e Nampula continuarão a registar, nas próximas horas, chuvas de 200 milímetros em 24 horas.
Algumas regiões de Sofala, Niassa, Tete e Cabo Delgado, segundo suas palavras, vão sofrer influência do sistema atmosférico, com chuvas fortes acompanhadas de ventos e trovoadas.