Joanesburgo - Uma delegação militar sul-africana liderada pelo seu chefe do Exército encontra-se desde hoje em Moscovo, onde se reuniu com o seu homólogo russo para discutir a cooperação militar, segundo o Ministério da Defesa russo.
"As conversações bilaterais tiveram lugar no quartel-general do comando, onde se discutiu a cooperação bilateral e a interacção com vista à implementação de projectos destinados a aumentar as capacidades de combate das Forças Armadas dos dois países", disse o Ministério da Defesa em comunicado citado pela Interfax.
De acordo com o departamento chefiado por Sergey Shoigu, durante a visita, a delegação, liderada pelo tenente-general Lawrence Mbatha, "visitará centros de formação militar das tropas terrestres e empresas do complexo militar-industrial".
Na capital russa, Mbatha depositou uma coroa de flores no Túmulo do Soldado Desconhecido, junto às muralhas do Kremlin, juntamente com o comandante do exército russo, Oleg Salyukov.
"Durante a reunião, os líderes militares chegaram a acordos para aumentar ainda mais a cooperação entre as forças terrestres, em várias esferas", afirmou o Ministério da Defesa.
Na sexta-feira passada, os presidentes dos dois países, Vladimir Putin e Cyril Ramaphosa, mantiveram uma conversa telefónica para discutir os preparativos da próxima cimeira Rússia-África, em Julho, em São Petersburgo, e da cimeira dos BRICS, em Agosto, em Joanesburgo.
A cimeira dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) realiza-se quando existe um mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o chefe do Kremlin, bem como a adesão da África do Sul ao Estatuto de Roma, o tratado fundador do tribunal, que obriga o país a prender o dirigente russo, assim que este entrar no seu território.
Devido à ordem do TPI, o líder russo já não pode viajar livremente para o estrangeiro, uma vez que 123 países assinaram o Estatuto de Roma e outros 30 assinaram-no, mas não o ratificaram.
Além disso, na semana passada, os Estados Unidos acusaram Pretória de fornecer armas à Rússia para serem utilizadas na guerra na Ucrânia.
Após uma investigação, o Governo sul-africano garantiu que nunca deu permissão para a entrega de armas e munições à Rússia e que, se elas foram parar no navio russo "Lady R" na Cidade do Cabo, como alegou Washington, o fizeram ilegalmente, sem o conhecimento das autoridades.MOY/DSC