Kinshasa - Cerca de 15 civis foram mortos desde quinta-feira em ataques de grupos que enfrentam o Exército no nordeste da República Democrática do Congo (RDC), com 38 mortos no lado rebelde, de acordo com fontes militares e locais.
"Três civis foram mortos" no sábado num ataque das Forças Democráticas Aliadas [ADF, na sigla em inglês] a Njiapanda ", uma aldeia no território de Mambasa, na província de Ituri, disse o líder comunitário local Janvier Musoki Kinyongo.
"A minha comunidade ficou deserta depois de os rebeldes das ADF atacarem a região (...) Dois dias antes [quinta-feira], sepultámos nove pessoas mortas por eles", acrescentou.
Noutra zona, o porta-voz do Exército, tenente Jules Ngongo, disse que os soldados mataram sete elementos das ADF e capturaram outro numa contraofensiva a cerca de 90 quilómetros a sul de Bunia, capital da província de Ituri.
Além das ADF, as forças de segurança da RDC lutam desde o final de 2017 contra a Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco), uma milícia conhecida pela ferocidade das suas acções na província de Ituri.
O Exército disse ter realizado "operações com apoio de helicópteros" no reduto da Codeco, na área de Djugu (norte). O balanço é de "31 elementos da milícia Codeco neutralizados [mortos] e vários feridos no campo inimigo", acrescentou Jules Ngongo.
Formados numa base comunitária, a Codeco afirma defender os interesses dos Lendu, uma das comunidades de Ituri, contra membros da comunidade rival Hema.
Além disso, na capital provincial, Bunia, "três pessoas foram mortas num assalto" a uma agência móvel de transferência de dinheiro liderada por "bandidos armados" na sexta-feira, revelou o comandante da polícia, Gérard Abeli Mwangu.
Mais a sul, no sector de Rwenzori, na província vizinha de Kivu do Norte, um ataque atribuído às ADF provocou "dois mortos e quatro casas queimadas", segundo o líder comunitário local Joël Lewis.
As províncias de Kivu do Norte e Ituri estão sujeitas a ataques de grupos armados desde maio.
Na véspera de Natal em Beni, um terrorista suicida detonou o engenho explosivo que transportava num restaurante e provocou a morte de sete pessoas.
Desde 30 de Novembro que os exércitos da RDC e do Uganda realizam operações conjuntas contra as ADF, o mais forte dos cerca de cem grupos armados listados na região.