Cabo Verde crê na certificação de país livre de transmissão da malária

     África              
  • Luanda • Terça, 25 Abril de 2023 | 15h28

Praia – As Autoridades de Saúde de Cabo Verde consideraram nesta terça-feira que o país está em situação favorável para obter ainda este ano a certificação como país livre da transmissão autóctone da malária (paludismo), informou a directora nacional de saúde cabo-verdiana, Ângela Gomes.

De acordo com a responsável, o envolvimento e a assunção de responsabilidades individual e colectiva têm permitido alcançar ganhos significativos, com cinco anos sem casos autóctones, rumo à certificação da transmissão local do paludismo em Cabo Verde.

Ao intervir na abertura do acto central para assinalar o Dia Mundial de luta contra o Paludismo, aquela responsável sanitária disse que o combate à doença tem sido um "desígnio nacional", lembrando os dois períodos anteriores, de 1967 a 1972 e de 1983 a 1985, em que se chegou a interrupção da doença no país.

"Isso quer dizer que o ano de 2023 constituirá o terceiro momento em que o país será certificado como livre de transmissão autóctone do paludismo", ambicionou Ângela Gomes, notando ser "um feito" o país passar mais de cinco anos sem um único caso local.

De acordo com o coordenador do Programa Nacional de Luta contra o Paludismo (PNLP), António Moreira, o país continua com uma "situação favorável" para obter a certificação da eliminação autóctone da doença.

"Ou seja, já lá vão cinco anos que não temos registado casos locais de paludismo, o último caso foi na sequência da epidemia de 2017, em que tivemos um total de 423 casos e um óbito na Praia", recordou o responsável, indicando que desde inícios de 2018 que o país tem registado apenas casos importados de países endémicos.

A certificação da eliminação da transmissão local do paludismo por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS) tem sete etapas e em Junho do ano passado o arquipélago recebeu uma missão da organização para uma visita de trabalho para a pré-certificação.

Durante duas semanas, a equipa avaliou os avanços conseguidos no quadro da implementação das recomendações anteriores da OMS, orientou os profissionais e as autoridades de saúde, reviu toda a documentação do país nesta matéria e apoiou na elaboração de um plano de acção e um cronograma para a certificação, em colaboração com as autoridades nacionais.

Na altura, o representante da OMS em Cabo Verde, Daniel Kertész, destacou o "grande trabalho" do país no controlo e, embora sem se comprometer com datas para isso acontecer, disse que está em "boa condição" para obter a certificação como país livre da doença.

António Moreira avançou aos jornalistas que neste momento o país está a realizar o relatório nacional, que será submetido a um painel de especialistas da OMS para avaliação, para depois esses técnicos visitarem o país para certificar o que consta no documento.

Depois disso, prosseguiu, o relatório será submetido a uma outra comissão de eliminação do paludismo, que elaborará uma exposição final, com recomendações do director-geral da OMS, que aceitará ou não a certificação de eliminação do paludismo.

De acordo com aquele responsável, as ilhas de Santiago e da Boa Vista continuam a ser as de maiores riscos para reintrodução do paludismo no país, por terem o mosquito vector que transmite a doença, mas também por terem zonas vulneráveis e muita mobilidade interna e de pessoas provenientes de zonas endémicas.

Hoje - 25 de Abril - assinala-se o Dia Mundial de Luta Contra o Paludismo, este ano sob o lema "É tempo de alcançar Zero Paludismo: Investir, Inovar, Implementar", cujo propósito é aumentar a conscientização sobre a necessidade de "implementar" as ferramentas e estratégias que se tem disponíveis hoje para alcançar as populações marginalizadas.

Segundo a OMS, em 2021 foram registados cerca de 247 milhões de novos casos de malária, em comparação com os 245 milhões em 2020, e 95% dos casos e 96% das mortes ocorreram na região africana.

De acordo com o último relatório mundial sobre a malária, publicado em Dezembro de 2022, o paludismo matou cerca de 619.000 pessoas em 2021, em comparação com 625.000 em 2020.

A malária, uma doença curável, é transmitida entre humanos através da picada de um mosquito infectado, sendo uma das principais causas de morte a nível global. AM/DSC

 

 

 




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