Niamei - Dezanove pessoas foram mortas em ataques na região ocidental de Tillabi, no Níger, onde os civis estão cada vez mais a ser alvo de suspeitos 'jihadistas', segundo disse hoje, 25, um funcionário local à agência AFP.
Na quinta-feira, as autoridades locais tinham anunciado um número provisório de 10 a 15 mortos em ataques perpetrados por alegados 'jihadistas', por volta das 15h30 locais, no território da comuna rural de Tondikiwindi.
"É o balanço: 15 pessoas foram mortas em Danga Zaouni, incluindo um marabu (líder religioso), e quatro outras na aldeia vizinha de Tolba Koira", disse hoje o funcionário municipal, acrescentando que duas pessoas foram feridas em ambas as aldeias.
Na quinta-feira, houve 15 mortos, mas quatro corpos foram descobertos esta manhã no mato pelas Forças de Defesa e Segurança, acrescentou o funcionário, que visitou hoje o local dos ataques, com autoridades do governo regional e da prefeitura de Tillabi.
Das 19 vítimas, "16 foram baleadas nos seus campos", onde estavam a semear cereais, disse. Além disso, "19 celeiros, doze cabanas e uma loja foram queimados e arrombados", prosseguiu.
Em Janeiro, o território da comuna rural de Tondikiwindi tinha sido alvo de ataques particularmente mortais contra as aldeias de Tchoma Bangou e Zaroumadereye, durante os quais 100 civis tinham sido mortos por homens armados em motocicletas que tinham fugido para o vizinho Mali.
Tondikiwindi já tinha sido palco, em 2017, de uma emboscada que matou quatro elementos das Forças Especiais dos EUA e cinco soldados nigerianos, na aldeia de Tongo Tongo.
A região de Tillabi está localizada na chamada zona das "três fronteiras" entre o Níger, Burkina Faso e Mali.
Em 15 de Março, na mesma região, suspeitos 'jihadistas' levaram a cabo vários ataques a veículos que regressavam do grande mercado semanal em Banibangou. Visavam também uma aldeia, matando residentes e incendiando veículos e armazéns de cereais. Um total de 66 pessoas foram mortas.
O Níger enfrenta ataques frequentes nas suas fronteiras ocidentais com o Mali e Burkina Faso por grupos 'jihadistas' sahelianos, incluindo o Estado Islâmico no Grande Saara (EIGS) e o Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (GSIM), filiado na Al-Qaida.
No sudeste, enfrenta as atrocidades cometidas pelos 'jihadistas' nigerianos de Boko Haram e Iswap, que nasceram de uma cisão de Boko Haram.