Ouagadougou - Dez auxiliares civis e quatro soldados morreram quarta-feira num ataque perto de Kaya, no norte do Burkina Faso, onde o Presidente de transição, capitão Ibrahim Traore, está a efectuar uma visita, disse fonte da segurança.
"No início da manhã de quarta-feira, grupos terroristas atacaram uma unidade mista de soldados e voluntários para a defesa da pátria [VDP, auxiliares civis] em Zorkoum", localidade que dista cerca de 10 quilómetros de Kaya (norte), precisou a fonte.
A mesma fonte disse que os atacantes sofreram igualmente baixas, num total de 20.
Confirmando o ataque, outra fonte de segurança disse que houve "várias baixas entre os elementos de defesa", mas não deu um número exato.
A unidade alvo em Zorkoum foi responsável por assegurar a reparação das instalações de abastecimento de água na cidade de Kaya, que são regularmente sabotadas por homens armados, disse um funcionário local à agência France-Presse, que confirmou também o ataque.
O capitão Ibrahim Traore foi a Kaya na quarta-feira de manhã, durante uma visita de 48 horas à região e deslocou-se ao local do ataque "algumas horas depois" para "saudar a bravura dos elementos que conseguiram repelir o ataque infligindo-lhes enormes perdas", disse um quadro da segurança.
Ibrahim Traore, que chegou ao poder num golpe há quase seis meses, afirmou em fevereiro que estava "determinado" a combater os extremistas islâmicos, apesar do aumento dos ataques.
Onze civis, incluindo cinco auxiliares do exército, foram mortos no domingo e na segunda-feira em vários ataques de alegados combatentes extremistas islâmicos no leste e centro do país, de acordo com fontes locais e de segurança.
Desde 2015 que o Burkina Faso está numa espiral de violência perpetrada por movimentos fundamentalistas ligados ao grupo extremista Estado Islâmico e à Al-Qaida, de que resultaram cerca de 10.000 civis e soldados mortos, segundo as organizações não-governamentais, e cerca de dois milhões de deslocados internos.