Bissau - O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje que recordar Amílcar Cabral significa evocar a "mais importante figura da história política" do país, cujo centenário do seu nascimento se celebra hoje.
Discursando no Quartel-General das Forças Armadas, em Bissau, nas celebrações do centenário de Amílcar Cabral, Embaló afirmou ter o prazer de anunciar as celebrações do centenário de Cabral, que aos 36 anos, em 1960, interrompeu a sua vida profissional "para se entregar à luta pela libertação e independência" da Guiné-Bissau e Cabo Verde.
"Recordar Amílcar Cabral significa evocar a mais importante figura da história política da Guiné-Bissau. O homem que a primeira Assembleia Nacional Popular, reunida nas Colinas do Boé, a 24 de Setembro de 1973, atribuiu o título de fundador da nossa nacionalidade", enfatizou o Presidente guineense.
Antes de proferir o discurso perante uma parada militar, membros do Governo e corpo diplomático convidado, Sissoco Embaló depositou uma coroa de flores no Mausoléu onde repousam os restos mortais de Amílcar Cabral.
Embalo aproveitou igualmente a cerimónia para agraciar o embaixador da Guiné em Bissau com a medalha Amílcar Cabral, a mais alta distinção do Estado guineense.
A distinção "é o reconhecimento" dos apoios que a Guiné prestou ao Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), fundado por Cabral e que teve aquele país como "território de retaguarda", notou Sissoco Embaló.
O chefe de Estado guineense destacou as várias qualidades de Amílcar Cabral, nomeadamente "o seu contributo para o desenvolvimento das ciências sociais" o que, frisou, lhe valeu distinções ainda em vida por diferentes instituições acadêmicas mundiais.
Umaro Sissoco Embaló destacou que o nacionalista se definia como "um simples africano que quis saldar a sua dívida para com o seu povo e viver a sua época", embora tenha tido outras qualidades.
Sublinhou que embora Cabral não tenha vivido muitos anos, por ter sido assassinado a 20 de Janeiro de 1973, em Conakry, aos 48 anos, foi tempo suficiente para lutar pela independência de dois países (Guiné-Bissau e Cabo-Verde). DSC/JM