Ouagadougou - O número de mortos num ataque em Nouna, no noroeste do Burkina-Faso, subiu para pelo menos 86, disse esta quarta-feira a Amnistia Internacional, defendendo uma investigação imparcial das autoridades, que anunciaram apenas 28 mortes.
Segundo a AI, citada pela agência espanhola de notícias a Efe, os sobreviventes afirmaram que o número de mortos é consideravelmente maior, já que no dia 31 de Dezembro pelo menos 86 cadáveres foram recuperados dos sectores 4 e 6 e foram enterrados.
No dia 03 de Janeiro, o Governo anunciou a descoberta de 28 corpos em Nouna, alegadamente mortos por uma milícia ligada ao Governo.
No comunicado acrescentou-se que uma investigação "foi imediatamente aberta (...) para esclarecer as circunstâncias da tragédia e apurar todas as responsabilidades".
O Governo irá aguardar pelo resultado da investigação e "apela à calma de toda a população", afirmando "que todas as medidas foram tomadas para esclarecer" este episódio de "violência inaceitável".
Em comunicado, o procurador do Tribunal Superior de Nouna, Armel Sama, especificou "que a maioria das vítimas, todas do sexo masculino, foi morta a tiro".
Antes da publicação destes comunicados oficiais, a organização não-governamental (ONG) Colectivo contra a Impunidade e a Estigmatização das Comunidades (CISC) denunciou "abusos" cometidos contra a população civil pelos Voluntários para a Defesa da Pátria (VDP, milícia ligada ao Exército) naquela região.