Luanda – A Comissária da União Africana, Josefa Correia Sacko, afirmou hoje, quarta-feira, em Marrocos, que Àfrica precisa de modernizar agricultura africana a fim de alimentar os 2, 5 mil milhões de pessoas até 2050.
Ao intervir na conferência ministerial sob o tema “ Geração Verde”, para uma soberania alimentar sustentável, que a cidade de Meknes (Marrocos) acolhe, a responsável garantiu que para se ultrapassar tal dessiderato há a necessidade de aumentar a produtividade, analizar novamente a utilização de fertelizantes e do solo e intensificar o financiamento da agricultura de fontes públicas como de privadas.
A diplomáta observou que a cimeira dos sistemas alimentares da ONU de 2021 propocionou a Africa uma oportunidade para transformar os seus sistemas alimentares.
Segundo a responsável, o continente africano foi o único que apresentou uma posição comum através de um processo incluisivo e trabalhar arduamente para implementar as 43 soluções revolucionárias.
No entanto, reconheceu que Àfrica não está no bom caminho para cumprir as metas de segurança alimentar e nutrição dos objectivos do desenvolvimento sustentavel e as metas da declaração de Malabo (Guiné Equatorial) de acabar com a fome até 2025.
O último relátorio de revisão bienal da UA (2022) indica que apenas um país está no bom caminho para cumprir com o esperado .
Na sua visão crítica frisou que um continente de 1,4 mil milhões de pessoas não pode continuar a depender da Ucrania que tem uma população de apenas 43 milhões de cidadãos.
Sublinhou que África tem todas as condições necessarias para se alimentar e tornar o celeiro do mundo a julgar, pela subutilização de sessenta por cento das suas terras araveis, com uma população jovem e um ecosistema , incluindo os rios e os lagos.
Na sua óptica, o continente deve tirar partido da Zona de Comércio Livre Continental Africano para reduzir a factura anual de 43 mil milhões de dólares de importação de produtos alimentares, de forma que este montante contribua significativamente para o desenvolvimento sustentável.
“Temos de aproveitar as oportunidades da ZCLCA para impulsionar o comércio intra-continental de alimentos nutritivos, mas temos de intensificar os esforços para remover as barreiras comerciais e tarifas para os produtos agro-alimentares”, alertou a comissária.
De acordo com o último relatório regional Africano da FAO, estima-se que 278 milhões de pessoas em África estavam subnutridas em 2021, um aumento de 50 milhões de pessoas em apenas dois anos. AM/DSC