África do Sul recebe financiamento da OMS para desenvolver vacina

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  • Luanda     Terça, 12 Outubro De 2021    15h03  
Vacina contra a Covid-19
Vacina contra a Covid-19
Divulgação

Genebra - A empresa sul-africana de biotecnologia Afrigen está a estudar uma vacina contra a covid-19 financiada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para que o continente deixe de estar dependente da produção de outros países.

A África do Sul, que luta pelo acesso equitativo às vacinas contra a covid-19, começou a desenvolver a sua primeira vacina através do RNA mensageiro (o ácido responsável pela transferência de informações do ADN até ao citoplasma), um processo já desenvolvido pelas empresas de biotecnologia Moderna e Pfizer-BioNTech.

Esta inovação não injeta o vírus nas pessoas, mas dá instruções genéticas ao corpo que dizem às células do paciente o que fazer para combater a doença.

O projecto da Afrigen, empresa sediada na Cidade do Cabo, é financiado pela iniciativa Covax da OMS para o acesso equitativo às vacinas, e a sua fórmula será parecida à da vacina da Moderna.

"O que procuramos é uma vacina de segunda geração. Precisamos de começar com um sósia da Moderna, mas a ideia é desenvolver uma vacina mais adequada aos países de baixos rendimentos", disse o coordenador de vacinas da OMS em Genebra, Martin Friede.

"África precisa de se tornar autossuficiente na produção de vacinas durante os próximos 20 anos. Uma vez desenvolvida a fórmula, a Afrigen planeia formar outros países africanos para o fabrico da vacina", concluiu Martin Friede.

Segundo o director da Afrigen, Petro Terreblanche, as primeiras doses devem estar prontas para ensaios clínicos no espaço de um ano.

Enquanto as vacinas existentes de RNA mensageiro precisam de ser armazenadas a baixas temperaturas, a fórmula de Afrigen irá idealmente requerer pouca ou nenhuma refrigeração.

A licença para a nova vacina, e a sua produção, estão a ser negociadas com a empresa Moderna através da mediação do programa 'Medicines Patent Pool', criado pela agência Unitaid (a organização internacional que compra medicamentos para países pobres).

"Com alguma sorte, talvez consigamos um acordo onde não tenhamos de cumprir as suas patentes", declarou em Setembro o director do programa Medicines Patent Pool, Charles Gore.

A investigação, que começou há três meses, e o desenvolvimento das instalações já custaram 7,5 milhões de euros.

Até à data, apenas 5% dos africanos elegíveis estão totalmente vacinados. Com um grande atraso em relação ao resto do mundo, África está fortemente dependente das importações e doações de doses.

"A amarga lição que aprendemos com esta pandemia é que a África é quase inteiramente dependente de vacinas produzidas fora do continente", declarou à agência de notícias France-Presse (AFP) o coordenador de vacinas da OMS África, Richard Mihigo.

A Biovac da África do Sul, localizado no mesmo complexo que a Afrigen, será a primeira a produzir a nova vacina à escala comercial.

No passado dia 07 de Outubro, o chefe executivo da empresa Moderna, Stéphane Bancel, anunciou que a empresa iria abrir uma fábrica em África com o objetivo de produzir até 500 milhões de doses anuais, mas não especificou em que país se vai localizar.





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